A Santa Casa de Campo Grande anunciou nesta sexta-feira (23) o bloqueio do pronto-socorro adulto e infantil para novos atendimentos. De acordo com a administração do hospital, atualmente há cerca de 20 pacientes em leitos da área vermelha adulta, que dispõe de apenas seis vagas disponíveis. Já na área vermelha pediátrica, há três leitos disponíveis, com seis pacientes internados, dos quais cinco conectados a respiradores, necessitando de balas de oxigênio.
Este episódio evidencia mais uma vez que o caos na saúde da Capital não poupa nem crianças e adolescentes, que sofrem com a falta de insumos e vagas em hospitais e até UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Em nota, a Santa Casa esclarece que os leitos da ala adulta e pediátrica são contratados pelo município, e que, desta forma, está operando acima da capacidade estabelecida no contrato com a prefeitura.
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“Mesmo diante desse cenário, a Santa Casa segue comprometida em oferecer assistência à população que busca atendimento, mas, devido às restrições físicas, tornou-se impossível manter condições mínimas para o atendimento adequado”, relata a instituição.
“Dessa forma, o bloqueio foi necessário, sendo permitidos apenas os casos de emergência, que serão avaliados pelo Núcleo Interno de Regulação, junto à Regulação Municipal e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para definir quais atendimentos ainda poderão ser realizados. Apesar desse esforço conjunto, reforçamos que, infelizmente, as condições atuais não garantem um atendimento seguro e adequado”, explica.
Em audiência pública na Câmara de Vereadores, o diretor de Negócios e Relações Institucionais da Santa Casa, João Carlos Marchezan, informou que são 744 leitos no sistema, sendo o hospital responsável por 40% das internações. Se esse número for voltado para a alta complexidade, o percentual sobe para 62% no Estado e chega a quase 70% em Campo Grande.
O déficit chega atualmente a R$ 13 milhões mensais. Marchezan mostrou a defasagem da tabela SUS (Sistema Único de Saúde). Só na alta complexidade, por mês, a produção extrapola R$ 214 mil acima do teto, que não é recebido.
Apesar da prefeitura ter sofrido nova derrota no Superior Tribunal de Justiça, o pagamento de R$ 46 milhões à Santa Casa de Campo Grande, que pode tirar o hospital da situação de calamidade, empacou no Tribunal de Justiça de Mato do Sul. A prefeita Adriane Lopes (PP) resiste em liberar os recursos, apesar do alerta de médicos de que pacientes correm risco de morte por falta de insumos.
Confira a nota da Santa Casa:
A Santa Casa de Campo Grande informa que, no dia 22/05/2025, foi emitido um ofício comunicando o bloqueio do pronto-socorro adulto e infantil da instituição. Atualmente, cerca de 20 pacientes ocupam os leitos da área vermelha adulta, que dispõe de apenas seis vagas disponíveis. Na área vermelha pediátrica, há três leitos disponíveis, mas no momento seis pacientes estão internados, sendo cinco deles conectados a respiradores, necessitando de balas de oxigênio devido à insuficiência estrutural.
A Santa Casa esclarece que os leitos da ala adulta e pediátrica são contratados pelo município, e que, desta forma, a instituição está operando acima da capacidade estabelecida no contrato. Mesmo diante desse cenário, a Santa Casa segue comprometida em oferecer assistência à população que busca atendimento, mas, devido às restrições físicas, tornou-se impossível manter condições mínimas para o atendimento adequado.
Dessa forma, o bloqueio foi necessário, sendo permitidos apenas os casos de emergência, que serão avaliados pelo Núcleo Interno de Regulação, junto à Regulação Municipal e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para definir quais atendimentos ainda poderão ser realizados. Apesar desse esforço conjunto, reforçamos que, infelizmente, as condições atuais não garantem um atendimento seguro e adequado. A Santa Casa de Campo Grande reafirma o compromisso com a saúde da população e permanece disponível para esclarecimentos.