Albertino Ribeiro – No capítulo 11 do livro de Gêneses encontramos uma história muito interessante sobre um povo pós diluviano. Com objetivo de chegar perto do céu e ficarem famosos, eles construíram uma torre. Esse propósito não agradou a Deus, que resolveu destruir aquele empreendimento. Diz o texto bíblico que o criador, além de destruir aquela torre, interferiu na linguagem daquele povo que, devido a confusão causada pela multiplicidade de línguas, resolveram se espalhar pela terra.
A arrogância sempre esteve presente no homem desde os primórdios do tempo. O ser humano sempre procurou ser como Deus e criar uma realidade em que suas obras sejam consideradas divinas e consequentemente eternas.
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Atualmente, mais uma torre de Babel está sendo construída; o homem, mais uma vez, quer brincar de ser Deus. Criando inteligências artificiais generativas, cujo ato final pretende ser a singularidade, a chamada inteligência geral. O seu desejo é chegar naquele momento em que suas criações – as máquinas -, tornar-se-ão melhores que os seus pares de carne e osso, alcançando, assim, o grande objetivo de chegar à estatura do verdadeiro criador.
Destruição dos empregos
Segundo previsão de especialistas, até 2050, um dos efeitos deletérios da inteligência artificial será a destruição de 40% dos empregos no mundo. Devido a isso, muitas pessoas precisarão recebe uma renda básica para sobreviver. Destarte, o trabalho humano para muitos perderá sua centralidade e, se não houver uma adaptação a essa nova realidade, as pessoas poderão adoecer.
Em busca da imortalidade
Como se não bastasse viver um pouco mais, alguns cientistas, amantes da ciência e de filmes de ficção, afirmam que será possível, até mesmo, vencer a morte. Esse ápice será alcançado através da criação de nano robôs, que serão inseridos em nossas células e poderão curar qualquer tipo de doença, inclusive, a velhice que vem sendo considerada, cada vez mais, pela comunidade científica, uma doença.
Certamente, de forma semelhante à história bíblica, o homem poderá ver seus interesses megalomaníacos desabarem como uma grande torre de cartas, mas desta vez não será preciso o eterno intervir no processo, pois esta saga tem uma grande possibilidade de terminar em autodestruição.