O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) bateu o pé em lançar dois candidatos a senador pelo partido em Mato Grosso do Sul. Ao insistir na candidatura da vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), ele deve complicar o apoio a um candidato a senador apoiado pela senadora Tereza Cristina (PP), que sonha em ter o apoio do capitão nas eleições de 2026.
Pelo acordo costurado pelo liberal, o ex-governador Reinaldo Azambuja trocará o PSDB pelo PL para ser o candidato a senador. No entanto, o tucano defende que o outro candidato seja de um partido aliado, como União Brasil, PP ou MDB.
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A decisão também complica os planos de outro bolsonarista, o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PSD), que também tem o desejo de ter o respaldo de Bolsonaro para tentar um segundo mandato no Senado.
De acordo com o jornal Correio do Estado, Reinaldo e o governador Eduardo Riedel (PSDB) propuseram a Bolsonaro apoiar um nome de outro partido e lançar Gianni como candidata a vice-governadora na chapa do tucano. Ela poderá assumir o comando do Governo do Estado em 2030, quando Riedel poderia renunciar para disputar uma vaga de senador.
A proposta não seduziu Bolsonaro, que mantém o plano de fazer uma bancada fiel de senadores para ter condições de emplacar o impeachment de um ministro do STF. Mulher do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), Gianni é considerada uma bolsonarista fiel e não representaria o risco de repetir Soraya Thronicke (Podemos).
Sem acordo, Bolsonaro enfraqueceria os nomes do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), do secretário municipal de Infraestrutura da Capital, Marcelo Miglioli, e do deputado federal Luiz Ovando, que disputam para ser o candidato a senador de Tereza Cristina.
Essa pode ser a segunda vez que Bolsonaro contraria a ex-ministra da Agricultura. No ano passado, ele ignorou os apelos da senadora e apoiou o deputado federal Beto Pereira (PSDB) para prefeito da Capital. Só com a derrota do tucano, o ex-presidente subiu no palanque da prefeita Adriane Lopes (PP).