A administração de Adriane Lopes (PP) é considerada ruim ou péssima por 50% dos moradores de Campo Grande, segundo pesquisa do Instituto Ranking Brasil Inteligência divulgada nesta segunda-feira (9). Devido aos problemas na saúde e o colapso na Santa Casa, a popularidade da prefeita segue na lama e sem a tradicional lua de mel dos últimos gestores, que obtinham aprovação positiva pelo menos no primeiro ano.
De acordo com o levantamento, apenas 25% avaliam a progressista como ótima/boa, enquanto 21% a avaliam como regular, Outros 4% não responderam ou souberam avaliar. O instituto ouviu mil eleitores entre os dias 1º e 7 deste mês em todos os bairros da Capital. A margem de erro é de 3% para mais ou menos.
Veja mais:
Juiz manda Adriane ceder lista de servidores em ação que tem presidente do IMPCG entre autores
Administrativos da educação amargam mais um ano sem reajuste e aceitam incorporação de vale
Compensação: Adriane nomeia presidente do Sindicato dos Servidores para presidir o IMPCG
Contudo, a sondagem tem uma boa notícia para Adriane. Apesar do colapso na Santa Casa, que virou caso de polícia devido ao risco de pacientes morrerem ou ficarem com sequelas por falta de insumos e medicamentos, e das denúncias de compra de votos, ela conseguiu reduzir em cinco pontos percentuais a reprovação em relação a pesquisa realizada em março, de 55% para 50%.
Por outro lado, a aprovação oscilou dentro de margem de erro, de 24% para 25%, enquanto o índice de regular variou de 18% para 21%. Adriane segue ainda como uma das administrações mais impopulares da história da Cidade Morena.
No geral, de acordo com o Ranking Brasil, 65% desaprovam a gestão Adriane, enquanto apenas 30% a aprovam e 5% não responderam.
Para avaliar o impacto político, nada melhor como recorrer à madrinha de Adriane, a senadora Tereza Cristina (PP). Em postagem nas redes sociais para comentar popularidade de Lula (PT), que também está baixa, com 57% de reprovação, a ex-ministra da Agricultura afirmou que “a reprovação sobe na mesma velocidade dos impostos, do IOF, dos escândalos de corrupção e dos casos de denúncia nos ministérios. Enquanto o governo aumenta taxas e gastança, os brasileiros sentem no bolso o resultado de uma gestão sem rumo. O Brasil merece mais”.
Um adversário ou revoltado com a situação, poderia parafrasear a senadora e dizer que o campo-grandense “sentem no bolso o resultado de uma gestão sem rumo. Campo Grande merece mais”. Isso considerando o cidadão que teve prejuízos com os veículos em decorrência dos buracos ou se viu obrigado a comprar medicamentos ou recorrer ao médico particular devido à falha no sistema público de saúde.
Data | 3 de fevereiro de 2024 | 20 de setembro de 2024 | 1º de abril de 2025 | 9 de junho de 2025 |
Ótimo/Bom | 35% | 30% | 24% | 25% |
Regular | 38% | 33% | 18% | 21% |
Ruim/Péssimo | 21% | 32% | 55% | 50% |
Não Sabe | 6% | 5% | 3% | 4% |
Saúde lidera queixas
Conforme o Ranking Brasil, os problemas na saúde lideram as queixas dos eleitores neste mês. Para 30,40%, o maior gargalo é a falta de medicamentos e o colapso na saúde. Outros 28% apontaram falta de remédios e de exames e a crise na Santa Casa.
Já 24,3% apontaram o não cumprimento da promessa de construir o hospital municipal e as ambulâncias paradas. Na semana passada veio a tona o escândalo do Samu, quando Adriane deixou as 13 ambulâncias novas enviadas pelo Governo Lula para gastar R$ 1,9 milhão com a locação de 10 viaturas de uma empresa de Minas Gerais.
Outros apontaram a corrupção generalizada e os crimes dos políticos (17,30%), a inflação e o custo de vida caro (16,80%), apesar desse último não ser de responsabilidade municipal. Já os buracos nas ruas foram citados por 12,20%.
Até o drama das mães atípicas foi citado por 8,3% dos eleitores. Desde que assumiu o mandato, em abril de 2022, a prefeita vem castigando as mães com atraso na entrega de fraldas e leites para as crianças com deficiência.
O escândalo da compra de votos, que teve o julgamento realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral na semana passada, não foi citado na pesquisa. Adriane foi salva pelo placar de 5 a 2, apesar dos magistrados concluírem que houve compra de votos nas eleições de 2024.
A prefeita aposta na volta da publicidade institucional e na ofensiva nos meios de comunicação para reverter a popularidade. Adriane ainda tem mais de ano para recuperar e se transformar em uma boa cabo eleitoral na campanha de 2026.