O ex-coordenador da APAE, Paulo Henrique Muleta Andrade, 44 anos, vai continuar preso, conforme despacho do juiz Robson Celeste Candeloro, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, publicado nesta terça-feira (10). Ele está detido há 90 dias e teve pedidos de habeas corpus negados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e do Superior Tribunal de Justiça.
“ANTE O EXPOSTO, à míngua de fatos novos e diante da autoridade das decisões proferidas tanto pelo Tribunal de Justiça do Estado quanto pelo Superior Tribunal de Justiça, INDEFIRO o pedido de revogação da prisão preventiva formulado por Paulo Henrique Muleta Andrade”, destacou Candeloro.
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Andrade foi preso no dia 10 de março deste ano quando houve a deflagração da Operação Occulto pelo GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, ele usava “troca de notas” e três empresas de fachada para desviar o dinheiro repassado à APAE pela Secretaria Estadual de Saúde. No jogo, feito com o apoio do contador João Antônio De Freitas Silva, eles desviaram R$ 8.163.500,25 do dinheiro destinado para ostomizados.
Além disso, o ex-coordenador da APAE é acusado de receber R$ 919 mil em propina entre julho de 2019 e novembro de 2023. Ele também é acusado de planejar a fuga para a Itália e até obteve aval da Justiça para mudar a grafia do sobrenome de Muleta para Moletta, a cidade natal para “Cassola, província de Vicenza, na Itália” e a data de nascimento de 2 de abril de 1980 para 2 de março de 1980.
A decisão de Candeloro é protocolar, já que a lei determina a revisão da prisão preventiva a cada 90 dias. Por outro lado, a decisão é um prenúncio de que não deixará a cadeia tão cedo.