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    No Divã Em Paris – No divã do psiquiatra

    Especial para O JacaréBy Especial para O Jacaré14/06/20254 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris – Não, ele não queria ir ao psiquiatra, dizia que este tipo de profissional era para loucos e desequilibrados. E no entanto, depois do jantar com porco assado, torresmo, caipirinha e muita farofa, o danado sentiu o peso da pança e foi dormir. O sono não vinha, ele virava de um lado pro outro, transpirava, e a barriga inchada como um balão pronto a estourar. Cansado de contar carneiros e olhar o teto, dormiu.

    Sono pesado. Ele roncava pior que um trator encalhado na lama. Dormir é soltar o corpo no obscuro e confiar o descanso aos demonios e anjos da noite. Foi então que o psiquiatra abriu a porta do consultório e o paciente, como um cachorro que entra na igreja por ver a porta aberta e com o rabo entre as pernas, deitou-se no divã.

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    O profissional cruzou a perna direita sobre a outra, repousou a plancheta no joelho, lançou a conversação.

    – O que o preocupa meu caro senhor?

    – Sabe doutor, me sinto sufocado, numa encruzilhada…não sei se seria bom consultar também um pai de santo, fumar com ele um charuto, comer uma farofa de galinha…sabe, é que tem um ministro da corte suprema que me faz medo demais. A careca dele brilha quando me olha.

    – Mas, meu caro, em que isso vos preocupa? O Sr não se considera realizado politicamente?

    – Não. O que eu mais queria e previ com gastos astronômicos, ajudinha das instituições… era permanecer na cadeira que emana poder. Mas, uns malucos vieram com umas ideias de AI-5, de fechar o Congresso, de mandar o careca pra cadeia, e a “cuestão” é que esses malucos me consideram o que não sou, Mito.

    – Considerar o que não é, é uma questão existencial e fenomenologista.

    – Vixi, mas o que isso doutor? Não me desconsidere, não me ofenda.

    – Esse problema vem de Sócrates, que mesmo sendo o sábio, disse “eu sei que nada sei”, depois veio o cinismo de Diógenes pra combater a razão e o mundo das ideias de Platão.

    – Ah, doutor, não entendo nada disso.

    – Mas do que você entende?

    – Sou capitão aposentado às pressas… entendo de gado…

    – Mas o Sr cria gado?

    – Não é esse gado que ouve o berrante, é de gente, aquela que faz PIX adoidado, de maluco mesmo. É porque os graúdos estavam comigo naquela reunião ministerial, tinha general dizendo que tinha de ser na porrada, mas agora, o Sr. sabe o resultado, tá todo ratão pulando fora do barco e eu tenho que confessar a intenção de golpe mesmo. O pior é que tenho de enviar PIX ao filho cabeçudo que mudou de país pra fazer pressão contra o Brasil, tem uma outra descabelada condenada a dez anos de prisão que também partiu e apelou pro PIX dos malucos. Eu tô perdido, espero que os malucos me levem laranja na prisão e continuem a enviar grana.

    – Me diga uma coisa… como o Sr virou presidente?

    – Sinceramente doutor, fui ajudado pela imprensa que serve a elite, pelo Ministério Público, o “Dalanhó”, o ex-juiz de Curitiba, uma cambada de gente do setor econômico, pelo filósofo de privada, até esqueci o nome dele “Lavo de Orvalho” e também os evangélicos de plantão. Esse tal Orvalho que morava nos Estados Unidos, assim como eu, defendia a pátria do Tio Sam.

    – Mas o que se passa? O paciente chora muito, soluça, a dentadura escapa e rola pelo tapete…

    – Acho que vou me hospitalizar, assim talvez respeitem meu estado crítico de saúde, porque eu não aguentaria uma condenação, pegar cana nesta idade, salve meu pai Oxalá, não tenho coragem.

    – Você tem algo a dizer sobre o INSS dos aposentados?

    – Pera aí, o Sr é doutor ou da PF? PQP, o INSS tava tudo na mão do careca, era a corrupção ideal porque velho não reage. Neste momento o paciente acorda com barulho na porta Toc, toc, toc, e nota que o pijama ta molhado, marron, e não é de suor.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    jair bolsonaro MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS opinião política brasileira

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