O ex-secretário municipal de Saúde de Campo Grande, Leandro Mazina, firmou acordo com o empresário André Luiz dos Santos, o André Patrola, para pagar o aluguel atrasado de um apartamento de luxo em 45 parcelas de R$ 4 mil. Cunhado do senador Nelsinho Trad (PSD) e do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT) e pai do vereador Otávio Trad (PSD), ele não pagava pela locação desde maio de 2022.
A ação de despejo causou polêmica porque ocorreu logo após a Operação Cascalhos de Areia, que mirou os contratos milionários de André Patrola com a prefeitura da Capital. Uma das suspeitas é de que o empreiteiro seria laranja de Marquinhos. O pedetista nega a suspeita do Ministério Público.
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Apesar de Mazina estar inadimplente com o aluguel de R$ 4 mil por mês desde maio de 2022, a cobrança na Justiça só ocorreu em outubro do ano seguinte – um ano e cinco meses após o primeiro calote. Na época, ele estimou o valor do débito em R$ 183 mil.
Na guerra judicial, o ex-secretário de Saúde chegou a pedir a reconvenção para cobrar os valores investidos no imóvel. O juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias, da 14ª Vara Cível de Campo Grande, chegou a aceitar a reconvenção no início de abril deste ano.
Conforme os advogados Márcio de Ávila Martins Filho, representando Leandro Mazina, e Fábio de Melo Ferraz, por André Patrola, o acordo prevê o pagamento de R$ 180 mil em 45 parcelas fixas a partir do dia 10 deste mês. Além disso, o ex-secretário vai pagar R$ 20 mil de honorários advocatícios de sucumbência para o advogado do empreiteiro.
No acordo, Mazina aceita que as benfeitorias fiquem como parte do imóvel e abre mão de cobrar pelos investimentos realizados no futuro. O acordo ainda não foi homologado pela Justiça.
Já a pendenga com a psicóloga Maria Thereza de Assis Trad Alves segue na Justiça, inclusive com pedido de uso de força policial para realizar o despejo também de um apartamento de luxo de André Patrola.