A provável federação entre o MDB, Republicanos e PSDB pode montar uma dobradinha na disputa pelo Senado em Mato Grosso do Sul: a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ex-governador Reinaldo Azambuja. O curioso é que ela pode ser a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o tucano ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os caciques intensificaram as negociações e buscam meios de fortalecer as siglas e evitar o fim de partidos tradicionais, como o PSDB, que comandou o País por dois mandatos, e o MDB, um baluarte desde a ditadura militar e presidiu o Brasil em três ocasiões.
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O PSDB tentou incorporar o Podemos, mas o projeto esbarrou no ego dos caciques. A presidente do Podemos, deputada federal Renata Abriu, aceitava a incorporação, mas desde que comandasse a sigla por quatro anos. Ex-senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), só aceitava com a alternância a cada seis meses.
Agora, os tucanos apostam em nova chance na federação com o Republicanos, partido presidido por Marcos Pereira e que tem como principal estrela, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O chefe do Poder Executivo paulista pode disputar a reeleição pela sigla ou se filiar ao PL para disputar a presidência da República com o aval de Bolsonaro.
Essa união pode criar uma dobradinha, no mínimo, inusitada no Estado. Simone e Reinaldo fariam dobradinha. Só que a ministra disputaria na cota de Lula, enquanto o tucano seria o candidato da oposição.
Eles poderiam desbancar os atuais senadores, Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD). Os dois também sonham em ter o apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB) e fazer dobradinha com Reinaldo, que vem liderando todas as pesquisas.
Reinaldo e Riedel conseguiram o compromisso dos 45 prefeitos do PSDB de que vão acompanha-los na eleição de 2026, seja em qual partido for.
Apesar de não admitir publicamente, Simone já colocou a campanha na rua. Ela passou a participar de eventos com mais frequência no Estado. A ministra até enfrentou vaias em sua terra natal, mas não se importou, porque, no momento, o importante é a mensagem, a de que o Governo Lula vem realizando obras importantes para o Estado.
Já Reinaldo poderá ficar numa sinuca de bico, o de representar o bolsonarismo, mas subir no mesmo palanque de uma lulista. As negociações mostram que inimigos hoje podem se unir amanhã, enquanto amigos podem virar inimigos.
E só perde quem briga por causa dos políticos. A democracia existe exatamente para a convivência harmoniosa das divergências.