O ex-governador Reinaldo Azambuja já admite que poderá abandonar o PSDB e se filiar ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O tucano está de olho nos votos que poderá conquistar no bolsonarismo ao se apresentar como o candidato a senador do ex-presidente, que chega a liderar as pesquisas presidenciais no Estado, mesmo estando inelegível.
Presidente regional do PSDB, Reinaldo foi governador do Estado por dois mandatos, deputado federal, deputado estadual e prefeito de Maracaju. Desde que deixou o cargo, em dezembro de 2022, ele vem pavimentando a candidatura a senador nas eleições de 2026.
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Desde o ano passado, quando Bolsonaro trocou a prefeita Adriane Lopes (PP) pela candidatura a prefeito da Capital do deputado federal Beto Pereira (PSDB), houve uma aproximação do ex-presidente com Reinaldo. O PL foi um dos principais financiadores dos candidatos a prefeito do PSDB no ano passado.
No entanto, mesmo admitindo o convite, Reinaldo nunca admitiu publicamente a possibilidade de filiação ao PL. Nesta semana, em entrevista ao Campo Grande News, ele não fez jogo de cena.
“Tem chances (de ir para o PL), se a gente acabar de equacionar a forma que vai ser, acho que tem grande chance e se acontecer vai ser ainda este ano”, declarou o tucano.
Reinaldo não deve ir sozinho ao PL. Ele poderá levar para o partido de Bolsonaro os deputados estaduais Mara Caseiro e Zé Teixeira e o deputado federal Beto Pereira. Os três parlamentares também esperam obter o apoio dos bolsonaristas e dividir a extrema direita.
Bolsonaro também não esconde o desejo de contar com Azambuja no PL. Ele traçou um plano nacional de eleger o maior número de senadores possíveis para chegar com força no Senado e ter condições de emplacar um pedido de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Com a filiação ao PL, Reinaldo poderá ser o candidato de Bolsonaro e deixar apenas uma vaga para outro candidato na direita. Ele ainda complicaria a candidatura a senadora da vice-prefeita de Dourados, Giani Nogueira (PL). Bolsonaro tem defendido publicamente a candidatura da mulher de Rodolfo Nogueira ao Senado.
No entanto, o ex-presidente é famoso por mudar de opinião conforme a situação. No ano passado, antes de fechar com Beto Pereira, ele apoiou as candidaturas a prefeito da Capital de Rafael Tavares, João Henrique, Capitão Contar, Tenente Portela e até Adriane.
Além de Giani, a extrema direita e direita ficaria apenas com a opção de emplacar um outro candidato genuinamente bolsonarista, que pode ser o Capitão Contar (PRTB), Nelsinho Trad, que também trabalha para trocar o PSD por um partido mais palatável ao bolsonarismo, ou o presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), que sonha em ter a benção de Tereza Cristina (PP).