Além da fuga de 2,5 mil empresas nos últimos sete anos, o Centro de Campo Grande sofre com o abandono por parte da gestão de Adriane Lopes (PP). De acordo com dirigentes e comerciantes, a prefeitura não realiza o mínimo, como o recolhimento do lixo, a limpeza e a manutenção da jardinagem nas ruas centrais.
E ainda existe a falta de segurança com a presença de moradores de rua, usuários de drogas e traficantes. Outro problema é a volta dos vendedores ambulantes às ruas centrais três décadas após a retirada deles para a construção do Centro Comercial Popular, o Camelódromo.
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“É muito triste, está completamente abandonado”, lamenta o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas e ex-secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila. Ele não cita nominalmente a prefeita, mas deixa claro que a atual gestão abandonou o centro.
A mesma opinião tem o gerente da Mega Jeans, Marcos Esteves. “É o moderno abandonado”, lamentou, sobre a revitalização milionária da Rua 14 de Julho. Os equipamentos públicos estão sendo destruídos pelo tempo e depredados. Falta até o básico, como coleta de lixo.
“O coração do comércio de Campo Grande deveria ter um cuidado mais decente”, critica. Para complicar a situação, os bares da 14 de Julho atraem uma multidão, que transforma as vias públicas em banheiro e o mau cheiro exala diariamente. Para não afugentar os clientes, alguns comerciantes se obrigam a lavar as calçadas e paredes dos estabelecimentos diariamente.
O abandono vai na contramão das promessas feitas por Adriane Lopes na campanha eleitoral, de que adotaria medidas para evitar o esvaziamento do centro e recuperar o movimento dos consumidores.
No cargo há três anos, a prefeita ainda não conseguiu nem realizar a licitação do parquímetro, que está desativado desde 2022 e acaba agravando a falta de vagas de estacionamento na região central.