A Câmara Municipal de Campo Grande votou nesta quinta-feira (3) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que prevê R$ 6,66 bilhões para o próximo ano na Capital. O projeto enviado pelo Executivo foi aprovado com a inclusão de 275 emendas dos vereadores. Após a análise, houve um debate entre petistas e bolsonaristas sobre investimentos na cidade, que foi interrompido por uma provocação de um manifestante a André Salineiro (PL) e fez o parlamentar ficar irritado e partir para cima do cidadão.
Salineiro teve de ser contido por colegas e assessores, enquanto o presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), chamava a atenção com a campainha da Mesa Diretora e pedia repetidamente: “Amigo, calma. Segura o André.”. Quem acompanhava a cena pelo Youtube, viu a sessão ser interrompida e o puxão de orelha do comandante nos parlamentares e pessoas no plenário.
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“Nosso regimento interno não permite manifestação da plateia. Quando for manifestar, que seja com sinais”, informou Papy.
“Eu vou dizer aos colegas mais uma vez. Os nossos pensamentos, valores, crenças, ideologias, vem da nossa convicção pessoal, porém, nós não podemos usar aqui o nosso direito de fala, garantido pelo voto popular, para atacar o pensamento e a ideologia do outro. Podemos fazer oposição de ideias, mas quando começa a falar a respeito do outro, nominando seja o partido, seja a ideologia, vai manifestando outras palavras, falas, e isso nunca vai para um caminho bom”, alertou o presidente.
Segundo o Campo Grande News, André Salineiro foi contido por colegas parlamentares e assessores depois de responder aos gritos de um homem que o acusava de ter “votado pelo aumento do próprio salário”. Em referência à aprovação do reajuste no salário da prefeita Adriane Lopes (PP), o que também garantia o benefício aos vereadores.
O parlamentar bolsonarista então reagiu de volta. “Mostra o seu trabalho, rapaz, seu bosta!”, berrou.
Pouco depois, a sessão ordinária foi encerrada e foi aberta uma sessão extraordinária para segunda votação da LDO.
Derrota de Adriane
Na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, três propostas foram rejeitadas em Plenário e outra incorporada. Foram destacadas para votação separadamente, quatro emendas relacionadas à abertura de créditos suplementares durante o exercício de 2026. Foi mantida a emenda da Comissão de Finanças da Câmara limitando essa suplementação em 15% das despesas constantes no Orçamento.
A proposta da prefeitura previa 30%. Já as emendas dos vereadores Dr. Lívio (União), Marquinhos Trad (PDT) e Luiza Ribeiro (PT), buscavam limitar a 10%, mas foram rejeitadas em plenário. O crédito suplementar permite a movimentação de recursos previstos para determinado programa na dotação orçamentária.
A previsão da LDO é de R$ 6,66 bilhões para o próximo ano, valor inferior ao estimado para o Orçamento deste ano, de R$ 6,68 bilhões. Há, portanto, uma queda prevista em 0,28% nas receitas a preços correntes (contabilizando a inflação estimada para o período). Caso seja somado o valor do Regime Próprio da Previdência Social, a receita considerada é de R$ 6,8 bilhões.
A LDO é usada para estabelecer metas da administração pública e como base para elaborar o orçamento, que é definido por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA). Todas as sugestões precisam estar em consonância com o Plano Plurianual.