Albertino Ribeiro – A grande mídia resolveu escolher um lado no embate entre o Poder Executivo e o Congresso. Na verdade, esse lado já era conhecido, mas normalmente aparecia de forma dissimulada, disfarçada. Agora aparece de forma descarada mesmo.
Para defender quem a financia, a Rede Globo, na última quinta-feira, saiu em defesa do Congresso mais disfuncional da história da República e de seu atual presidente, Hugo Mota, que se mostra estar muito longe de ser um republicano no sentido mais estrito da palavra.
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O Jornal Nacional usou um tempo precioso, primeiro para defender os super ricos, criticando a majoração da alíquota do IOF. De forma despudorada, colocou especialistas para falar mal do IOF, afirmando tratar-se de um imposto que é ruim para o povo. Que povo? As BETS, os bilionários e os bancos (BBB) agora são sinônimos de povo?
Sabe de uma coisa? É bom que esse debate se dê as claras! Dessa forma, ninguém poderá se queixar de ter se enganado. O presidente Lula deve aproveitar esse momento e dizer de que lado está e transformar essa questão numa marca eleitoral.
Não, não se trata de ser “nós contra eles.” Trata-se de um debate democrático e republicano. Por que razão os ricos devem pagar menos impostos do que os mais pobres? Que lógica perversa é esta?
Existe a falácia da teoria do gotejamento; esta postula que se isentarmos os mais ricos de pagarem tributos, estes irão prosperar e as gotas de sua prosperidade cairão sobre os mais pobres, beneficiando toda a economia. Na verdade isso não acontece; a consequência de isenção aos mais ricos é o aumento da desigualdade e a intensificação da injustiça social.
Contudo, é este o pensamento que permeia as mentes dos banqueiros e dos milionários que financiam meios de comunicação como a Globo, a Veja e a Record, só para citar alguns exemplos.
Um dos grandes problemas é que o discurso dominante conquista os corações de muitos trabalhadores, que não tem consciência de classe e defendem algo que se levantará contra eles mesmos, pois a cantilena neoliberal assemelhasse ao canto da sereia; a melodia é linda, porém traiçoeira e diabólica.