Apesar de os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à influenza A continuarem em nível elevado entre jovens, adultos e idosos em Mato Grosso do Sul, o Estado apresenta sinais de interrupção no crescimento ou início de queda das hospitalizações, segundo o novo boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na quinta-feira, dia 3.
Mato Grosso do Sul se soma ao Distrito Federal, Espírito Santo e Goiás no grupo de estados que mantêm alta incidência de SRAG, mas mostram uma tendência positiva de estabilização ou recuo nos casos, enquanto outras regiões do país, como Mato Grosso, Paraná, Pará, Rondônia e Roraima, ainda apresentam crescimento das internações. O boletim, que analisou dados até a Semana Epidemiológica 26 (22 a 28 de junho), destaca que a influenza A segue como a principal causa de hospitalizações e óbitos por SRAG entre idosos, enquanto o vírus sincicial respiratório (VSR) continua a impactar principalmente as crianças pequenas.
Por meio de assessoria de imprensa, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, reforça que a vacinação contra a gripe é fundamental para reduzir casos graves e mortes. “O SUS disponibiliza a vacina de graça para os grupos prioritários, então é fundamental que todos estejam vacinados. Mesmo quem já teve gripe este ano deve se vacinar, pois a imunização protege contra os três principais tipos de vírus da influenza que infectam humanos”, afirma.
Além disso, Portella recomenda que pessoas com sintomas gripais utilizem máscara em locais fechados e mantenham a etiqueta respiratória, evitando a propagação dos vírus respiratórios em circulação.
Situação nacional das síndromes respiratórias
O boletim revela que, até o momento, o Brasil notificou 119.212 casos de SRAG em 2025, dos quais 61.964 (52%) tiveram confirmação laboratorial para vírus respiratórios, 39.809 (33,4%) tiveram resultado negativo e 9.201 (7,7%) ainda aguardam análise. Entre os casos positivos, 26,7% foram de influenza A, 1,1% de influenza B, 45,5% de VSR, 22,1% de rinovírus e 8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 33,4% de influenza A, 1,1% de influenza B, 47,7% de VSR, 20,6% de rinovírus e 1,8% de Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus foi de 74,1% de influenza A, 1,3% de influenza B, 14,1% de VSR, 10,2% de rinovírus e 3,1% de Sars-CoV-2.
Crianças ainda em alerta para casos graves em Mato Grosso do Sul
Os casos de SRAG em crianças pequenas associados ao VSR seguem elevados em boa parte do país, mas Mato Grosso do Sul também apresenta sinais de queda ou estabilização nesses registros, ao lado de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiás e Amazonas. No entanto, a Fiocruz alerta que a situação ainda demanda cuidado, principalmente em regiões onde a circulação dos vírus permanece alta.
“Mesmo com sinais de queda em alguns estados, o cenário geral é de alerta, e a vacinação continua sendo a principal ferramenta de prevenção contra hospitalizações e mortes por influenza”, reforça Portella.
Com o aumento de internações por síndromes respiratórias em diferentes faixas etárias, a Fiocruz reitera a importância da vacinação para evitar complicações e a sobrecarga nos sistemas de saúde durante o período de maior circulação dos vírus respiratórios no País.