A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país norte-americano fez o trio de deputados federais bolsonaristas de Mato Grosso do Sul bater cabeça nos últimos dias. Dr. Luiz Ovando (PP) segue tentando livrar Jair Bolsonaro (PL) de culpa, ao dizer que o ex-presidente é usado como “boi de piranha”, enquanto Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, ambos do PL, atacam Lula (PT).
Ovando acredita que a taxação seja “bravata” do presidente dos EUA, mas o simples anúncio já está causando prejuízos para as empresas brasileiras. Exportadores precisaram acelerar a produção com pagamento de horas extras aos funcionários para enviar as mercadorias antes da nova taxação, e alguns estão vendo pedidos serem cancelados.
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Nesse sábado (12), o médico bolsonarista voltou a defender a tese de que Jair Bolsonaro está sendo usado por Trump como “boi de piranha” para justificar o tarifaço ao Brasil. “Agora até a base reconhece”, afirma.
“O tarifaço de Trump mostrou o que já vínhamos dizendo: Bolsonaro foi usado como boi de piranha. Agora até a base reconhece. Quem paga a conta é o setor produtivo e o Brasil, enquanto fazem politicagem internacional. Seguimos firmes na defesa da soberania e do produtor rural”, declarou ovando.
O tarifaço de Trump mostrou o que já vínhamos dizendo: Bolsonaro foi usado como boi de piranha. Agora até a base reconhece. Quem paga a conta é o setor produtivo e o Brasil, enquanto fazem politicagem internacional. Seguimos firmes na defesa da soberania e do produtor rural.
— Deputado Dr. Luiz Ovando (@drluizovando) July 12, 2025
Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon evitaram fazer críticas ao presidente dos EUA. O primeiro diz que existe um “colapso diplomático” e culpa Lula, e o segundo segue criticando o governo petista, mas sem abordar o tarifaço de Trump.
“Estamos diante de um colapso diplomático, e a verdade é que Lula não tem preparo nem estatura para lidar com o momento crítico que o Brasil enfrenta. Um verdadeiro anão diplomático”, ataca o Gordinho do Bolsonaro.
Ao anunciar a taxação, Trump alegou questões comerciais e criticou o Supremo Tribunal Federal pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na ação dos atos antidemocráticos e pelas decisões contrárias às plataformas de redes sociais com ataques à democracia.
A medida entra em vigor em 1º de agosto. Para evitar o tarifaço, empresas brasileiras montaram operações para acelerar a produção para agilizar a entrega dos equipamentos já encomendados.
O pagamento de hora extra dos funcionários, o pedido antecipado de insumos e o preço do frete por avião, que já está mais caro porque a procura aumentou, impactam os custos, informa informam reportagens na imprensa nacional.
Os compradores americanos suspenderam as encomendas porque, de navio, o carregamento só chegaria quando a nova tarifa já estivesse em vigor. Na Bahia, em Pernambuco e no Ceará, 58 contêineres carregados de peixes e frutos do mar começaram a ser levados de volta para as empresas.
Uma das maiores processadoras e exportadoras de mel orgânico do mundo sofreu com o cancelamento imediato de 585 toneladas do produto.
Segundo o Grupo Sama, do Piauí, a nova tarifa aumentará o custo da carga em cerca de US$ 6 milhões, causando impacto no valor final do produto vendido nos EUA.