Cotado para ser o candidato a “senador do Bolsonaro” nas eleições de 2026, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ignorou o drama do ex-presidente da República, que foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de usar as redes sociais. O tucano falou sobre chipa com café e entrega de tratores graças a parceria entre o governador Eduardo Riedel (PSDB) e o Governo Lula (PT).
O silêncio do tucano é simbólico diante dos planos de Bolsonaro de contar com um aliado na luta contra o Supremo Tribunal Federal a partir de 2027. O ex-presidente planeja eleger uma grande bancada de senadores para ter força de aprovar o impeachment de um ministro do STF.
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Bolsonaro não cansa de repetir que não perdoa a senadora Soraya Thronicke (Podemos), a neófita política e desconhecida até surpreender caciques políticos e ser eleita com o apoio do capitão. Só que ela o defendia como uma onça antes de ser eleita.
Agora, o ex-presidente vem conduzindo pessoalmente a articulação para filiar Reinaldo e tê-lo como candidato a senador dentro do projeto Rota 22, que é eleger 40 senadores em 2026. Ao contrário de Soraya, até o momento, o presidente regional do PSDB não se solidarizou publicamente com Bolsonaro, que alega ser alvo de perseguição de Alexandre de Moraes.
Após ser obrigado a colocar tornozeleira eletrônica, o ex-presidente classificou a medida como “suprema humilhação” e voltou a insistir em perseguição política.
Aliás, com exceção dos bolsonaristas mais fieis, que foram abandonados pelo ex-presidente nas eleições do ano passado, não houve manifestação de outros caciques de MS, como o senador Nelsinho Trad (PSD), a senadora Tereza Cristina (PP) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB).
Nesta sexta-feira (18), Reinaldo fez duas postagens nas redes sociais. Falou sobre o café da manhã com chipa no Facebook (130 mil seguidores) e no Instagram (60,5 mil). Em outra manifestação, ele falou da entrega de tratores pelo Governo em parceria com a União, mas não citou o nome do Lula, mas destacou o Governo federal.
Reinaldo decidiu se filiar ao PL e Bolsonaro já tinha planejado participar do evento em Campo Grande. Oficialmente, o presidente regional do PL é o suplente de senador, Aparecido Portela, o Tenente Portela, mas ele já tem ligado para os diretórios municipais e avisando da transferência do bastão.
Por que Reinaldo ainda não saiu em defesa de Bolsonaro? Ele vai se transformar em bolsonarista só após a filiação ao PL ou vai manter a neutralidade? Ou o tucano está pensando no futuro, já que também seu caso, decorrente da Operação Vostok, poderá chegar ao STF?