O empresário e lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, pivô de um dos maiores escândalos de venda de sentença do Poder Judiciário brasileiro, emagreceu 30 quilos e, literalmente, quase desapareceu na cadeia. Na última quinta-feira (17), o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus para ele cumprir prisão domiciliar.
Preso desde novembro de 2024, ele é investigado por intermediar vendas de sentença nos tribunais de Justiça do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e até no Superior Tribunal de Justiça.
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Os advogados apontaram que Andreson sofreu piora no quadro de saúde causado, em parte, por complicações de uma cirurgia de estômago realizada em 2020, o que sem tratamento adequado dificultava a absorção de nutrientes.
Preso na Papuda, no Distrito Federal, o lobista quase morreu em decorrência da debilitação no estado de saúde. O investigado irá cumprir a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica em Primavera do Leste, a 234 quilômetros de Cuiabá.
Antes de pedir a prisão de Andreson de Oliveira Gonçalves, a PF deflagrou a Operação Ultima Ratio, em 24 de outubro do ano passado, e afastou cinco desembargadores do TJMS: Alexandre Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sidenir Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva. Apenas Martins reassumiu a função.
Os demais seguem afastados e investigados junto com outros dois desembargadores aposentados, Divoncir Schreiner Maran e Júlio Roberto Siqueira Cardoso, do juiz Paulo Afonso de Oliveira, afastado pelo CNJ da 2ª Vara Cível de Campo Grande, e do conselheiro Osmar Domingues Jeronymo.
A operação Sisamnes é desdobramento da Operação Ultima Ratio, que afastou cinco desembargadores de MS por suspeita de venda de sentenças.
Para alívio dos investigados, o lobista perdeu 30 quilos, mas não aceitou a proposta de delação premiada, que poderia por abaixo mais cabeças coroadas do Poder Judiciário.