O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) não vê futuro na comissão liderada pelos senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), que vai aos Estados Unidos negociar com o Congresso americano sobre tarifa de importação de 50% imposta sobre produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump. O filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) afirma que “não haverá recuo” das medidas impostas ao Brasil.
A comissão temporária do Senado vai a Washington, em missão oficial do Senado, para tratar do tema. A viagem está prevista para a última semana do recesso parlamentar brasileiro, entre os dias 29 e 31 de julho. Ainda não está definido quantos ou quais membros da comissão estarão na comitiva. A nova tarifa deve começar a valer em 1º de agosto.
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Segundo Nelsinho, a ideia é construir uma “ponte de diálogo” com os Estados Unidos num momento em que os canais diplomáticos tradicionais enfrentam dificuldades. Ele destaca que frigoríficos brasileiros estão avaliando se vão manter as exportações de carne bovina para os EUA, e apontou que outros setores também estão preocupados com a taxação.
Já Eduardo Bolsonaro acredita que o grupo só vai prolongar as negociações sem conseguir qualquer resultado efetivo.
“Vão prolongar o sacrifício dos brasileiros. Os tiranos olham para isso e pensam: “hummm, não vou fazer nada agora, vamos esperar ver o resultado desta comitiva, vai que conseguem um ‘acordo meio termo’ – leia-se acordo caracu””, publicou nesta segunda-feira (21), no X (antigo Twitter).
“Não têm a mínima noção de como funciona o mundo de Trump. Acho que nem viram a nossa embaixadora ter a porta fechada na cara no State Departament. Mas torço de verdade que falem com pessoas do governo – e não políticos, com quem provavelmente encontrarão – pois daí talvez recebam uma mensagem de como a banda está tocando aqui: NÃO HAVERÁ RECUO”, finalizou.
Eduardo Bolsonaro estava de licença do mandato até o domingo, 20 de julho. Como ele não voltou ao Brasil, O PT protocolou na presidência da Câmara dos Deputados um pedido de suspensão cautelar do mandato e o bloqueio dos vencimentos dele.
O pedido assinado pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), diz que Eduardo Bolsonaro se engajou em articulações nos Estados Unidos, hostis ao Estado brasileiro, à Constituição da República e aos Poderes constituídos.
O regimento da Câmara determina que, uma vez encerrado o prazo da licença e a permanência no exterior não for comunicada à presidência, nem o retorno ao exercício do mandato, passa a incidir a vedação ao recebimento de salário.
Lindbergh lembra ainda que a atuação do filho de Bolsonaro motivou a apresentação de duas representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, respectivamente em 25 de maio e 11 de julho de 2025, requerendo a cassação de seu mandato parlamentar por violação ao decoro, traição à soberania nacional e abuso das prerrogativas constitucionais. Além disso, foi protocolada, em 16 de julho de 2025, petição coletiva à Mesa da Câmara, requerendo a aplicação de medida cautelar de suspensão do mandato de Eduardo Bolsonaro.