Integrante da CPMI do INSS, o deputado federal Beto Pereira (PSDB) criticou a pressa do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em ressarcir os valores descontados dos aposentados e pensionistas. Para não prejudicar os beneficiários, houve cadastro dos interessados em fazer acordo e o valor foi restituído em um único depósito.
Dos 1,052 milhão de beneficiados no País, 14,3 mil são de Mato Grosso do Sul. Para não causar mais transtornos aos idosos, enquanto a Polícia Federal investiga os envolvidos nas fraudes, o INSS fez cadastro nas agências do órgão e dos Correios para devolver aos interessados em fazer acordo.
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“A impressão que se tem é de que o INSS está escondendo algo. Essa exigência de concordância ampla e restrita gera desconfiança sobre o que realmente está por trás de tudo. Essa opacidade apenas aumenta as dúvidas e a insegurança do cidadão”, afirmou o tucano.
“Por conta disso, os valores envolvidos podem ser significativamente maiores do que os R$ 6,3 bilhões divulgados pela operação”, suspeitou o parlamentar, em entrevista a um programa de rádio.
A CPMI vai ser instalada em agosto após o fim do recesso parlamentar de julho. O parlamentar enfatizou que a população brasileira pode esperar da CPMI do INSS uma resposta contundente. Beto delineou três encaminhamentos essenciais para a comissão.
O primeiro ponto é a necessidade de aprimorar a legislação que garanta a segurança dos aposentados e pensionistas, com a defesa da proibição de qualquer desconto na folha de pagamento.
O segundo encaminhamento envolve a responsabilização de todos os envolvidos na fraude, tanto daqueles que se enriqueceram com os desvios, quanto aqueles que facilitaram ou se beneficiaram do esquema bilionário.
Apesar dos descontos indevidos terem começado em 2020, o tucano citou nominalmente apenas os integrantes da gestão petista, como o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, e o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. “Todos que contribuíram para essa roubalheira devem ser responsabilizados”, afirmou.
Por fim, o terceiro ponto é investigar as empresas implicadas e buscar o ressarcimento dos valores desviados. “É inaceitável que, sabendo que foram roubados, os prejudicados não tenham nenhum recurso para reaver o que é seu”, destacou. “Não podemos permitir que a população pague essa conta”, completou Beto.