Após o reajuste de 66% no próprio salário, a prefeita Adriane Lopes (PP) suspendeu o pagamento de empresas e elas decidiram, nesta semana, suspender a operação tapa-buracos em Campo Grande. A volta da buraqueira deve marcar as festividades de 126 anos da Capital, que se prepara para a tradicional festa de 26 de agosto.
Desde o dia 1º de maio deste ano, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) não realiza o pagamento para três empresas responsáveis pela manutenção das vias pavimentadas. Apenas uma construtora estaria sendo contemplada com o pagamento em dia.
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As outras três – Construtora Rial, RR Barros Serviços e Construção e Arnaldo Santiago – suspenderam os trabalhos e ameaçam demitir cerca de 200 trabalhadores por falta de condições de manter a folha de salários sem receber do município. A dívida estimada seria de aproximadamente R$ 20 milhões.
Não vai ser a primeira vez que os moradores da Capital vão sofrer com a buraqueira na gestão Adriane Lopes. Após a reeleição, em outubro do ano passado, o serviço também ficou suspenso e o campo-grandense passou a reviver o pesadelo dos buracos nas ruas e avenidas até o início do segundo trimestre deste ano, quando as empresas retomaram o serviço.
Na época, a prefeita explicou que o serviço foi retomado somente após o período de chuvas. A retomada foi marcada por polêmicas, como o uso de pedrisco, que poderia aumentar o risco de acidentes com motociclistas, mas traria economia para os
Só que a operação tapa-buracos vai parar justamente no início do período de estiagem. O Jacaré procurou a Secretaria de Infraestrutura, mas que se limitou a orientar para procurar a prefeitura para obter informações sobre o pagamento. A assessoria de Adriane não retornou até o momento.
Na quarta-feira (30), ao comentar os cortes na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a prefeita admitiu a crise, que segue desde o início do ano. “Nós enfrentamos no país um momento de austeridade, não é só em Campo Grande. E o reflexo das medidas do governo federal e estadual impacta diretamente as cidades. É o motivo de termos um orçamento menor em relação ao ano anterior”, justificou-se, conforme o Campo Grande News.
Só que a crise não impediu Adriane de elevar o próprio salário em 66%, que passará de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil. Os dos secretários municipais terão reajuste de 100%. Já os demais servidores ficarão cinco anos sem reajuste.
É o estilo Adriane Lopes de administrar a cidade. Agora, a crise será sentida pelo cidadãos com a volta da buraqueira.