Após o tarifaço de 50% contra os produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, milhares de bolsonaristas realizaram carreata e motociata, neste domingo em Campo Grande, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O tradicional verde e amarelo dividiu espaço com a bandeira dos Estados Unidos, transformado no mais novo ídolo da direita e extrema direita sul-mato-grossense.
O evento contou com a participação dos deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, e Dr. Luiz Ovando (PP), do deputado estadual Coronel David (PL) e dos vereadores da Capital, Ana Portela e Rafael Tavares, do PL, e Herculano Borges (Republicanos).
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Denominado de Reaja Brasil, o evento reuniu centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo na Praça do Rádio e no canteiro da Avenida Afonso Pena. A maior participação ocorreu na carreata e buzinaço contra Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a favor da volta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a ser monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
O ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) comandou a motociciata que reuniu centenas de motociclistas. Eles percorreram entre o Parque das Nações Indígenas e o Aeroporto Internacional de Campo Grande. Ao final da manhã, juntaram-se com a carreata que tomou conta da Avenida Afonso Pena, no sentido Parque dos Poderes, entre a Rua 14 de Julho e o Parque das Nações Indígenas.
“É a maior carreata da história da direita em Campo Grande”, gabou-se o coordenador do EnDireitaMS, Danilo Azambuja. No entanto, evento de hoje não superou a carreata de apoio a Bolsonaro antes do primeiro turno em 2018, quando os veículos ocuparam os dois sentidos da Avenida Afonso Pena entre a Rua 14 de Julho e o Parque dos Poderes.
Aliados de amanhã, tucanos são chamados de canalhas
No carro de som, Pollon atacou o PSDB. Ele chamou os tucanos de “canalhas”. O curioso é que eles serão aliados dos bolsonaristas ainda neste mês. Além do ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente do PSDB, outros tucanos, como Beto Pereira, Mara Caseiro e Zé Teixeira, devem se filiar ao PL para disputar as eleições de 2026.
João Henrique atacou Moraes e ressaltou que o “povo é o supremo”. Ele disse que o ato contava com o apoio de promotores e juízes, que gostariam de estar na carreata, mas teriam sido proibidos de participar do evento a favor de Bolsonaro e contra Alexandre de Moraes.
Aliás, os adesivos e cartazes pediam o impeachment do ministro do STF que tornou Bolsonaro inelegível e réu pela tentativa de golpe de Estado. “Fora Moraes”, “Com presos políticos não há democracia, anistia já”, “Democracia só com contagem pública de votos” e “não reconhecemos governo de criminoso, fora Lula”, foram alguns dos cartazes e faixas usados pelos bolsonaristas.
A novidade deste ano foi a troca da bandeira de Israel pela dos Estados Unidos. Trump virou “ídolo” após aplicar sanções ao Brasil, que deverá comprometer as exportações e o agronegócio em decorrência das ações judiciais contra Bolsonaro, que classificou como “perseguição política”.
Rafael Tavares afirmou que agora os bolsonaristas contam com um aliado poderoso, que é o presidente dos Estados Unidos. “Agora nós temos um amigo muito poderoso do outro lado, que é o Donald Trump. E agora o brasileiro vai pra rua. Vai ser anistia já”, bradou.
Os bolsonaristas também exaltaram o uso da “Lei Magnitsky” contra Moraes. João Henrique citou que os bancos Bradesco e do Brasil não poderão mais dar cartão ao ministro do STF.
Os organizadores não divulgaram a estimativa de público até a publicação desta matéria. Também não houve estimativa por parte da Guarda Municipal e da Polícia Militar.