Preso na Operação Turn Off em novembro de 2023 e réu por desvios milionários, o ex-secretário estadual-adjunto da Educação, Édio Antônio Resende de Castro continua recebendo salário de R$ 6.472,52 – o equivalente a quatro salários mínimos – da Prefeitura Municipal de Maracaju. No entanto, ele está cedido oficialmente para o Governo do Estado e segue recebendo sem trabalhar, porque não está lotado em nenhum órgão estadual.
O pagamento de salário e a cedência com ônus para a origem foram confirmados ao Midiamax pelo prefeito Marcos Calderan (PSDB). Ele disse que a cedência é renovada anualmente. A última renovação ocorreu em janeiro deste ano.
Veja mais:
Em conversas, ex-adjunto da Educação é chamado de “muito fominha” ao cobrar propina
PF apura se ex-adjunto da Educação cobrou propina de mobiliários vendidos a 6 prefeituras
Fraude nas licitações de tablets e notebooks rendeu propina de R$ 1 milhão, suspeita PF
O problema é que Castro foi demitido pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) logo após a prisão ser decretada pela Justiça Estadual. Ele ficou detido até a prisão ser revogada pelo desembargador Emerson Cafure, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) o denunciou por integrar organização criminosa que atuava fraudando licitações públicas para aquisição de bens e serviços.
Os destaques eram aparelhos de ar-condicionado utilizados pela SED, a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela SES, a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
Quando era adjunto na Educação, função que ocupava desde a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), Édio Antônio tinha salário de R$ 24 mil.
Ele também foi alvo da Operação Vox Veritatis, da Polícia Federal, também para apurar pagamento de propina e desvios milionários na Secretaria Estadual de Educação.