Os políticos bolsonaristas de Mato Grosso do Sul reagiram com indignação à decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles acusaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de promover “vingança” e elevaram a pressão sobre o Senado para votar o impeachment do magistrado.
Nesta quinta-feira (4), Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente porque ele descumpriu a medida cautelar de não usar as redes sociais. No domingo, durante o movimento “Reaja Brasil”, protesto contra Moraes e em defesa do capitão, Bolsonaro postou um vídeo na rede social do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e ainda usou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), de Minas Gerais, para aparecer no telefone celular durante o protesto na Avenida Paulista.
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Além da prisão domiciliar, Bolsonaro não poderá usar telefone celular nem manter contato com os políticos e aliados, como vinha fazendo de tornozeleira eletrônica. Ele poderá receber visitas de advogados e familiares.
“Isso não é mais justiça. Isso é ditadura escancarada”, reagiu Pollon. No passado, Bolsonaro elogiou a ditadura militar brasileira, inclusive a tortura e a morte de opositores. Atualmente, ele está sendo submetido ao julgamento pelo STF e os aliados seguem detonando o ministro do STF e todos os adversários do ex-presidente.
“Estamos vivendo sob o domínio de um poder que usa a toga como escudo para calar opositores. Quem manda no Brasil? O povo ou um ministro? A democracia está sendo assassinada diante dos nossos olhos — e quem se cala, consente. Hoje prenderam um ex-presidente. Amanhã, quem será o próximo?”, comentou Pollon.
Amigo do ex-presidente, o deputado estadual Coronel David (PL) ficou indignado e revoltado com a prisão domiciliar. “O sistema se vingou”, acusou o militar, sobre a decretação da prisão domiciliar após as manifestações em 16 capitais, inclusive em Campo Grande.
Coronel David classificou a prisão domiciliar como absurda e baseada em argumentos frágeis. “Isso não é justiça, é vingança”, acusou, destacando que a medida não deverá frear a mobilização e a ida do povo às ruas para defender Bolsonaro.
“Impeachment de Moraes já! O Senado precisa agir URGENTE para frear esse autoritarismo. BASTA! O Brasil não pode viver sob um regime de perseguição política e censura. Está nas mãos do Senado barrar esses abusos! É urgente pautar o impeachment de Moraes”, defendeu o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que liderou uma motociata contra Moraes e a favor de Bolsonaro neste domingo.
“Tudo isso acontecendo diante dos olhos de um senado omisso, que aceita calado as arbitrariedades de AM. Neste domingo milhões de pessoas nas ruas, mensagens vazadas de um ex-assessor e, hoje, uma prisão domiciliar usada como cortina de fumaça”, lamentou Rodolfo Nogueira (PL), que foi um dos coordenadores da manifestação “Reaja Brasil”. Ele também defendeu que o Senado discuta logo o impeachment de Alexandre de Moraes.
“Absurdo”, definiu o vereador de Campo Grande, Rafael Tavares (PL).
Outros aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Dr. Luiz Ovando, a senadora Tereza Cristina e a prefeita da Capital, Adriane Lopes, do PP, ainda não se manifestaram sobre a prisão de Bolsonaro.