A senadora Tereza Cristina (PP) conseguiu desagradar “gregos e troianos” da política brasileira ao defender a radicalização política apenas pela anistia de Jair Bolsonaro (PL). A ex-ministra da Agricultura desagradou parte dos seguidores por propor a impunidade de quem invadiu e depredou os prédios públicos e tramou um golpe de Estado.
Mas também deixou furiosos os bolsonaristas porque não defendeu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável pela prisão domiciliar de Bolsonaro.
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“Nosso compromisso é com a paz e o bem-estar do Brasil. Minha posição é clara: a pacificação do país depende de ações concretas. É dever do Congresso votar as pautas que o Brasil reivindica, honrando a soberania do voto que nos trouxe até aqui. Os projetos de anistia precisam ser pautados, esse é o primeiro passo de um longo caminho!”, afirmou a senadora.
Apesar de defender a paz, a senadora deu aval ao movimento inédito de ocupação das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado pelos parlamentares da extrema direita. Sem votos para esvaziar o plenário e impedir as votações por falta de quórum, a minoria bolsonarista acaba praticando o que mais rejeita no discurso, a ditadura da minoria.
“Vamos cobrar e trabalhar para que essa e outras pautas, que já apoiei com minha assinatura desde 2024, avancem e o Congresso cumpra seu papel”, afirmou a senadora, sem citar Moraes, que foi o principal alvo das manifestações bolsonaristas no domingo.
A condenação dos bolsonaristas
A reação bolsonarista foi imediata nas redes sociais. Eles condenam a senadora por não se colocar contra o STF. “Sr. Senadora a quem dediquei meu voto. Necessita ter maior pragmatismo em impedir Moraes. Esse discurso morno só revela que não tem pulso firme e clareza de objetivos. Diga o que seu eleitor deseja: Impedimento de Moraes! Saia das sombras”, afirmou Bruno Zanini.
“Anistia porra nenhuma. Os processos precisam ser ANULADOS. O Moraes precisa ser ‘impichado’ e devidamente punido por centenas de crimes, inclusive por cortes internacionais. Outros ministros da corte precisam responder também por abusos de autoridades, censura e violação da constituição”, detonou usuário identificado como Sanctus.
“Menos demagogia e mais ação”, lamentou George Barreto.
E detonada por defender a anistia
Tereza Cristina também foi detonada por defender a impunidade de quem depredou os prédios do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto. “É pra pacificar o Brasil abrindo as cadeias e soltando os bandidos? Nunca teremos um Brasil pacificado com impunidade”, lamentou Vinicios Betiol.
“Anistia é assumir crime. Poderei chegar na ALEP depredar, pichar, falar que não quero mais o governador. De maneira irracional, estará tudo certo? Isso é uma piada. Votem o que realmente ajuda a população que precisa, não aqueles que pagaram para ver se o sistema funciona”, aconselhou João Vitor.
“Diz a pessoa que não mostra a preocupação alguma com os eleitores e o setor econômico que o elegeu. Só mostra que os interesses particulares se sobrepõem aos interesses nacionais”, criticou Alexandre Carvalho, sobre o tarifaço aplicado por Donald Trump para tentar ajudar Bolsonaro, mas que castigará empresários e causará desemprego.
“Sem anistia e precisamos renovar esse congresso”, sugeriu Bárbaro Xavier, sobre o ano de 2026 quando a população vai às urnas para renovar a Câmara dos Deputados e dois terços do Senado.
“Vocês deveria ter vergonha na casa, não foi para isso que votei em senador e deputado”, criticou Cristriane Lima.
“Parabéns, primeiro as pautas de Saúde, Educação, Economia, depois as menos importantes, afinal tem milhões precisando desse apoio para continuar melhorando sua qualidade de vida e se sobrar tempo, aí sim as triviais”, ironizou Joami Cabelereira.