Bolsonaristas citam Deus para defender o mineiro Nikolas Ferreira (PL), que caiu durante empurra-empurra e tumulto na Câmara dos Deputados e levar um empurrão de Camila Jara (PT). Além de tomar as dores do deputado federal, que alega ter sido agredido com um soco no saco pela petista, os seguidores de Jair Bolsonaro (PL) passaram a fazer ameaças de morte contra a deputada federal de Mato Grosso do Sul.
“Hoje, recebi milhares de mensagens de ódio, com ameaças à minha vida e à integridade física das pessoas ao meu redor. A estratégia dos extremistas é calar, a todo custo, quem pensa diferente”, lamentou Camila.
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Em uma postagem, o bolsonarista dá ultimato para a petista se retratar e pedir desculpas a Nikolas em 48h e deixa um caixão como aviso. “Sua maldita! A tua hora também vai cehgar e rapidinho”, ameaçou um outro. “É menina, se cuida ao virar a esquina. Abre os olhos onde frequenta. Você está marcada e acidente pode acontecer e dar um pouco de dignidade nesta cara safada”, avisou outro.
Outros bolsonaristas recorrem a palavrões para definir a parlamentar, como louca, desiquilibrada, vagabunda, entre outros impropérios que não são praticados por cristãos.
Essa máquina de ódio e mentiras tem que acabar.
“Escolhido por Deus”
Outros usam a religião para defender o deputado mineiro. “Vagabunda se não tem vergonha de agredir o Nikolas, lixo demônio tem que ser esquerda, sua canalha”, esbravejou um. “Você tem sangue nas mãos, tem inveja de quem tem o brilho de Deus”, comentou outro. “Minha querida, você tocou em um filho de Deus”, detonou outro.
“A democracia não pode tolerar a fraude como arma. Vamos desmascarar, um a um, aqueles que usam a violência como mordaça. Vamos desativar essa máquina de mentiras com o que eles mais temem: coragem e diálogo. Porque a democracia é soberana e a verdade não se negocia”, lamentou Camila.
Para rotular o deputado federal como mentiroso, ela republicou um vídeo de Nikolas, também disponível na rede do mineiro, no qual ele diz que a desocupação da mesa diretora da Câmara dos Deputados ocorreu após acordo para votar a anistia.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), desmentiu o acordo. O líder do PL, Sóstene Cavalcante, pediu desculpas ao presidente do legislativo e confirmou que não houve acordo para votar a anistia ampla e irrestrita.
“Ligaram a máquina de fake news. A engrenagem que sustenta os extremistas é a mentira e a desinformação. Os vídeos, memes e comentários parecem muito naturais e corriqueiros, mas não passam de uma estratégia minuciosamente orquestrada para manipular a opinião pública e destruir reputações”, afirmou a deputada federal.
“Em casos mais extremos, servem para espalhar ódio e ameaçar opositores”, lamentou.
Nos dois casos, da mentira e das ameaças de morte, com certeza não foram feitos por cristãos, católicos ou evangélicos, porque estariam descumprindo dois dos 10 mandamentos de Deus: não levantarás falso testemunho e não matarás.
A política existe para cada um defender o que acha certo e manter a convivência e harmonia.