Os deputados governistas protocolaram pedido para suspender por seis meses o mandato de cinco parlamentares que participaram do motim na Câmara dos Deputados e impediram a retomada das sessões por 30 horas. Marcos Pollon (PL) foi denunciado por usurpação da função pública por ocupar a cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), da Paraíba.
O pedido de suspensão foi protocolado nesta quinta-feira (7) à noite pelo líderes do PT, Lindberg Farias, do Rio de Janeiro, do PSB, Pedro Campos, de Pernambuco, e do PSOL, Talíria Petrone, do Rio de Janeiro.
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Além de Pollon, eles pedem a suspensão dos mandatos de Júlia Zanatta e Zé Trovão, do PL de Santa Catarina, Marcel Van Halten (Novo), do Rio Grande do Sul, e de Paulo Bilynski (PL), de São Paulo. Eles são acusados de terem tomado de assalto e sequestro a mesa diretora do Plenário Ulisses Guimarães e impedido a retomada dos trabalhos.
Pollon é acusado de usurpação da função pública. “O ato, com uso da força física, representou interferência direta na autoridade da Presidência da Casa e no funcionamento legítimo do trabalho parlamentar”, afirmaram os líderes sobre o parlamentar extremista de MS.
O pedido vai de encontro a ameaça feita pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. Na reunião com líderes na quarta-feira, ele afirmou que iria punir todos os parlamentares que impedissem a retomada da sessão às 20h30. Pollon e o gaúcho ocuparam a cadeira e atrasaram a retomada dos trabalhos.
Ao ser questionado nesta quinta-feira, Motta afirmou que mantém a punição e irá tomar as medidas após analisar as imagens da TV Câmara.
O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) também participou do motim e postou nas redes sociais os momentos da “rebelião” bolsonarista. Ele postou várias imagens com esparadrapos na boca e condicionava a desocupação à aprovação do projeto da anistia e a votação do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, pelo Senado.
Após propagar que Motta assumiu o compromisso de pautar o projeto da anistia, o líder do PL, Sóstene Cavalcante, admitiu que mentiu e não houve acordo para votar a proposta na Câmara dos Deputados.