
O motim e confusão na Câmara Federal renderam pedidos de afastamentos por até seis meses para dois deputados federais de Mato Grosso do Sul: o bolsonarista Marcos Pollon (PL) e a petista Camila Jara.
O presidente Hugo Motta (Republicano) ainda indicou punição para Zé Trovão (PL), Júlia Zanatta (PL) e Marcel van Hattem (Novo).
Veja mais:
Fábio Trad sai na defesa de Moraes: “seus inimigos não serão perdoados pela história”
Para vingar Bolsonaro, Nelsinho e Tereza Cristina assinam pedido de impeachment de Moraes
Camila Jara derruba Nikolas com empurrão e PL quer denunciar deputada por agressão
Conforme o Estadão, a decisão ainda precisa passar pelo crivo do Conselho de Ética. Pollon foi enquadrado por ser o último a resistir: foi ele quem teve que ceder a cadeira da presidência da Câmara para Motta retomar os trabalhos.
Pollon é acusado de usurpação da função pública. “O ato, com uso da força física, representou interferência direta na autoridade da Presidência da Casa e no funcionamento legítimo do trabalho parlamentar”.
Na manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada no último domingo (dia 3), o deputado de MS fez vários ataques ao presidente da Câmara, chamando Motta de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”.
Já Camila Jara, que não estava na horda que “sequestrou” o plenário em retaliação à prisão domiciliar de Bolsonaro, decretada na segunda-feira, foi parar na lista por empurrão no deputado Nikolas Ferreira (PL). O partido do deputado pediu a punição da petista.
Camila chegou até à Mesa Diretora junto com os deputados governistas que forçaram a ocupação do espaço e foram tirando os bolsonaristas. Durante um momento, ela empurra o deputado mineiro e Nikolas cai. O PL denunciou agressão e que o golpe da deputada – que tem 1m60, pesa 49 quilos e faz tratamento contra câncer – causou dor intensa ao colega.
“A Denunciada sequer prestou auxílio ao Deputado Nikolas Ferreira. Pelo contrário, a Denunciada, de maneira fria, egoísta e arrogante, ficou apenas olhando a vítima jogada no chão, enquanto os policiais legislativos o ajudavam se levantar, sem qualquer atitude para socorrê-lo”.
Camila nega a agressão e diz que “reagiu ao empurra-empurra da mesma forma que qualquer mulher reagiria em um tumulto, quando um homem a pressiona contra a multidão”.

O episódio ressoou na rede social da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). No vídeo, ela defende a deputada Júlia Zanatta, que levou a filha bebê para o plenário durante o motim. Mas, nos comentários, o PL Mulher, presidido por Michele, abriu enquete para saber “se está provado que a esquerda representa um perigo para quem esteja no plenário da Câmara?”
Antes da pergunta, a postagem do partido diz que o suposto perigo era a deputada petista Jara. “Ela avançou, violentamente, sobre as partes íntimas do deputado Nikolas, socando-o”.