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    Opinião

    Exercícios de força dão novo significado à vida de quem já passou dos 60 anos

    Sandra Luz, de PortugalBy Sandra Luz, de Portugal10/08/20257 Mins Read
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    Mulheres 60+ encontraram nos exercícios de força uma nova forma de viver (Foto: Agência Brasil)

    Quando a atriz Débora Bloch passou a descrever a nova Odete Roitman, no remake da novela Vale Tudo (Rede Globo), enfatizou que a personagem seria uma mulher atraente e essa não seria uma questão de físico, seria uma pessoa com repertório, exaltando humor, inteligência e carisma.

    Na tela, Débora encarna uma Odete com tudo isso no auge dos 61 anos, idade associada a uma mulher “fora do jogo”, entregue às portas da aposentadoria, do esquecimento social, do amor e, especialmente, colecionadora de dores em um corpo cansado. A atriz prova que esta não é mais uma receita de mulher sexagenária e, como ela, muitas mulheres não estão na pele da “avózinha” cheia de limitações. São pessoas que sentem e suam sem enxergar no tempo um obstáculo, mas um aliado.

    Entre elas está Marilena, com 62 anos, que se redescobriu na musculação. “É uma jornada de saúde que venho trilhando nos últimos 2,5 anos, com levantamento de peso e nutrição. Para mim, há certa vantagem, vivo perto da natureza, posso fazer caminhadas também e isso me deixa confiante dentro da minha pele”. A motivação para a mudança da professora de ensino médio veio com a morte do marido. “Foi rápido, nem tive tempo de me despedir. Com meu companheiro de 21 anos de vida, também foi minha saúde. Vi-me sozinha, com artrite, dores na coluna e com fôlego suficiente apenas para comprar o pão um dia antes de voltar sozinha para casa após sair do trabalho”.

    Marilena conta que uma colega que nem era tão próxima a alertou para uma velhice de limitações. “Embora ela seja dois anos mais velha, a diferença entre eu e ela não estava apenas na forma do corpo. Ela era claramente vivaz, robusta e, parecia uma besteira, não tinha a coluna curvada. A professora relata que recebeu o convite para frequentar uma aula de levantamento de peso e nunca mais parou. “O meu corpo está curado graças à construção de músculos nos ossos e à nutrição com ênfase na proteína. Quando eu comecei, tinha 41% de gordura corporal com hormônios, metabolismo e mentalidade destruídos, assumi o controle de todas as variáveis que pude para chegar a 23% de gordura corporal com um aumento enorme na força”, recorda.

    Para quem está no limite, Marilena aconselha: “não importa a sua idade, você pode construir músculos. Ocupe um espaço na academia, orgulhe-se deste corpo e mente que você está construindo. Mostre ao mundo como isso pode ser feito, mas só faça isso depois de ter exames em mãos. Nunca tente só e procure não encurtar etapas”. Esse quase foi o erro de Angélica, uma auxiliar de enfermagem que trabalha desde os 17 anos e quase não lembrava como era subir uma escada de dez lances sem parar, respirar e suportar as dores nos joelhos a cada dois degraus. “Estava tão obesa que precisei passar por uma bariátrica. Fiz todo o processo com acompanhamento médico, mas me empolguei após perder 54 quilos e passei a considerar usar implantes musculares. Lembro que dormia a pensar nisso, procurei vários médicos, mas foi um professor de educação física que me ajudou a desistir”.

    Ganhar músculo, perder peso e encontrar uma nova forma de viver

    Angélica lembra que passou por dolorosas cirurgias para remoção da pele extra, ficou com cicatrizes e descobriu no meio do processo que a mãe estava com câncer. “Ela já estava com 84 e eu, chegando aos 60. Como vi que não teria tempo para a recuperação de novas cirurgias e ela era uma prioridade, um professor da academia do meu bairro se comprometeu a me ajudar na jornada de ganhar músculos. Foi tão bom que não desisti mais. Estou hoje na minha melhor versão. Perdi peso, ganhei músculos. Subo as escadas a correr”.

    Os músculos também passaram a fazer parte da vida de Joana, que divide os treinos entre os cuidados de dois netos e o supermercado onde trabalha como caixa. “Atuei no administrativo para uma empresa por 15 anos, fui demitida, fiquei sem chão depois de tanta dedicação. Aquilo me afetou de tal maneira que a tristeza se instalou. Além disso, nunca mais consegui me colocar”.

    Em meio às dificuldades no mercado de trabalho, Joana confessa que desistiu de reagir. “Meu marido ganhava o suficiente apenas para as contas diárias e eu me acomodei. Dormia muito e comia todo tipo de besteiras. Ganhei peso e, com ele, vieram mais dores no quadril, nos joelhos, no pescoço. Eu era um combo de dor. O alerta, contudo, só ocorreu quando ela teve um problema metabólico e precisou ser hospitalizada. Embora tenha tentado emagrecer, o peso dos 60 anos também dificultava a recuperação”.

    Com o quadro de limitação financeira na família, Joana lembra que acordava mais cedo para tentar fazer pequenas caminhadas e aventurou-se em exercícios em casa, já que não teria como pagar uma academia. “Eu colocava umas aulas no YouTube. O que eu conseguia, eu fazia, o que não dava, deixava e tentava no outro dia. Fiquei quase um ano assim e emagreci um pouquinho, mas consegui. Também consegui um emprego de caixa de supermercado e um dia contei que fazia exercícios em casa, o que deixou aqueles meninos e meninas jovens perplexos. Um deles me desafiou a fazer exercícios em uma academia de bairro. Eu aceitei e estou aqui, mais magra, mais forte, mais bonita e, finalmente, com um corpo que combina com minha experiência de vida”.

    Joana diz que a energia contagiou o marido, que a acompanha todos os dias de manhã. “Somos um casal saudável. Nossa alimentação melhorou e estamos priorizando a proteína. Meu médico, que é do SUS, me parabeniza sempre”, comemora.

    Com mais saúde, o espelho mostra uma imagem com melhor aceitação

    Outra que comemora o efeito dos exercícios é Renata, cujo peso sempre foi um obstáculo. “Lutei contra o meu peso a vida toda. Estou mais saudável agora do que nunca. Perder peso, treinar força e fazer atividades físicas que amo me deixaram muito saudável. Confesso que ainda luto com a minha imagem corporal e aceitação. Você não muda simplesmente 63 anos de vida em um ano, mas é um começo. Bem, um recomeço. Hoje olho no espelho e não sinto vergonha, sinto orgulho”.

    As entrevistadas, que tiveram os nomes alterados, garantem que a eficiência dos programas de exercícios para a saúde só ocorreu por obedecerem ordens médicas sobre intensidade e frequência da atividade. Elas também sugerem que não é preciso chegar a situações extremas para iniciar treinamentos de força. Essa observação também é destacada em artigo científico publicado na Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício pelos pesquisadores Lisandra da Silva, Karla Regina Krenczynski e Newton Nunes da Universidade Gama Filho.

    Na publicação, os pesquisadores procuraram avaliar os benefí­cios do exercí­cio fí­sico para a reabilitação cardí­aca em pessoas acima de 60 anos e concluíram que “um programa de treinamento projetado individualmente para cada paciente, sendo avaliado de forma objetiva e contínua, antes, durante e após as seções de treinamento, parece ser um dos meios mais eficazes da reabilitação no combate a inúmeras doenças causadas pela falta de atividade física e de trabalho muscular”. Ainda segundo os pesquisadores, “o exercício pode representar um método eficiente não apenas na prevenção de doenças coronarianas, mas constitui fator primordial no seu tratamento, contribuindo na melhora para inúmeras doenças causadas pela falta de exercícios físicos”.

    exercícios de força 60+ mulheres 60+

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