A situação de Campo Grande é tão crítica que nem vereador da base aliada e do mesmo partido da prefeita tem suportado as críticas e passou a atuar como oposição na Câmara Municipal. Esse é o caso de Riverton Francisco de Souza, o Professor Riverton (PP), que passou a ser um dos principais críticos da gestão de Adriane Lopes (PP).
“Não é nada com a pessoa da prefeita, o problema é de gestão”, ressalta o parlamentar. Ao contrário dos bolsonaristas, que ignoram as queixas dos moradores e vivem para bombardear o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o progressista admite que o campo-grandense está descontente com a atual chefe do Poder Executivo.
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Professor Riverton conta que moradores se queixam, principalmente, dos problemas na saúde, como falta de remédios e médicos nos postos de saúde, demora na realização de exames e consultas médicas e do atual sistema de regulação.
Na campanha eleitoral, Adriane foi cobrada pela falta de remédios, mas atribuiu o problema a “sabotagem” de um servidor, que estaria trabalhando para a adversária, a ex-superintendente do Sudeco, Rose Modesto (União Brasil). Só que a campanha acabou, ela foi reeleita e o problema, quase um ano depois, segue igual ou pior.
“Eu ouço a reclamação da população, não é pessoal”, lamenta o vereador. Ele ainda elenca nas queixas os buracos que voltaram a assombrar os motoristas, a falta de cascalhamento nas vias sem pavimentação e obras de infraestrutura. A Operação Tapa-Buracos foi suspensa por três das quatro empresas porque Adriane deu calote e não paga há mais de 90 dias.
Antes, apenas os vereadores do PT – Landmark Rios, Jean Ferreira e Luiza Ribeiro – e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT) faziam oposição a Adriane na Câmara Municipal. Maior bancada, o PSDB aderiu à atual gestão.
O mais grave do que a prefeita, que caminha para ser a mais impopular da história, é a maior parte dos vereadores fazer ouvidos moucos para a voz das ruas e tapar os olhos enquanto a cidade afunda e a população é castigada pela precariedade.
Por enquanto, no segundo mandato, só Adriane, com reajuste de 66,4% no próprio salário, a vice-prefeita Camilla Nascimento de Oliveira (Avante), com correção de 100%, e os secretários municipais, com aumento de 159%, não têm do que se queixar do segundo mandato da afilhada da senadora Tereza Cristina (PP).