A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), informou que o pacote econômico do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está perto de ser finalizado e o petista deve enviar nos próximos dias uma medida provisória sobre o assunto para o Congresso Nacional.
Simone participou de audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado nesta terça-feira (12). A sul-mato-grossense declarou que a resposta do governo brasileiro ao tarifaço imposto por Trump não vai provocar aumento da dívida pública ou da inflação.
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Sem antecipar detalhes do texto, a ministra explicou que o pacote deve beneficiar setores e empresas exportadoras brasileiras diretamente atingidas pelo aumento das tarifas.
“O que posso dizer, por enquanto, é que vai ter um impacto fiscal muito pequeno. Temos algumas medidas que vamos trazer da época da pandemia, como subsídios, parcelamentos, prazos, carências e proteção aos trabalhadores. Mas tem um diferencial da pandemia. A gente está estabelecendo quais são os setores atingidos. Dos setores, quais são as empresas atingidas. E, das empresas, quais não conseguiram direcionar sua produção. Tem muito pouco impacto no Orçamento brasileiro. É um valor muito pequeno”, disse Simone.
Segundo Simone Tebet, “só faltam alguns detalhes” para a apresentação do plano. De acordo com a ministra, uma preocupação do governo brasileiro é evitar que as medidas provoquem aumento da inflação.
“De minha parte, é o seguinte: não pode ter aumento da dívida pública, não pode fugir das regras fiscais, a não ser nos casos excepcionais que a Constituição permite; e não pode causar mais problemas que alterem o câmbio e gerem inflação, que empobrece a população brasileira”, afirmou.
Durante a audiência, Simone também detalhou o projeto Rotas de Integração Sul-Americana, desenvolvido pela pasta. São 190 obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para facilitar o comércio entre o Brasil e os outros países da América do Sul.
A ministra defendeu que “o Brasil historicamente está de costas para a América do Sul, e a América do Sul está de costas para o Brasil”. Segundo ela, as cinco rotas de integração previstas no plano vão favorecer o escoamento da produção brasileira pelo Oceano Pacífico, além da circulação de pessoas.
“Queremos chegar numa integração regional que fale não só de comércio, mas ter uma rota mais rápida e mais próxima da Ásia através do Pacífico. Pelos portos da Colômbia, do Peru e do Chile, chegar mais próximo de China, Índia, Vietnã, Singapura, Hong Kong, Bangladesh e Japão. A gente está falando de produtos, mas também está falando de gente. Uma integração que diminui a desigualdade regional e permite uma integração cultural, artística e turística”, defendeu.