O prefeito de Selvíria, Jaime Soares Ferreira (PSDB), demitiu o secretário de Saúde do município, Edgar Barbosa dos Santos, após este ser alvo de operação da Polícia Federal que investiga desvio milionário na pasta. Com a derrocada do titular, a secretária adjunta Dalila Flavia Barbosa Rodrigues assumiu o comando da secretaria, conforme publicação no Diário da Assomasul desta quarta-feira (13).
A Operação Rastro Cirúrgico cumpriu 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Selvíria e Aparecida do Taboado, em Mato Grosso do Sul, e São José do Rio Preto (SP), na terça-feira (12). Durante a ofensiva, os policiais apreenderam motos de luxo, veículos, armas e até pedras preciosas.
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A investigação conta com a participação dos representantes dos ministérios públicos Federal e Estadual e a ofensiva conta com aval do Tribunal Regional Federal da 3ª Região porque a investigação envolve prefeito, com foro em segunda instância.
A Justiça autorizou medidas cautelares de sequestro, arresto e bloqueio de bens, no valor de R$ 5 milhões de cada uma das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, bem como medidas cautelares de natureza pessoal, tais como afastamento das funções públicas e proibição de contratar com o poder público.
Edgar Barbosa dos Santos estava entre os funcionários públicos afastados por determinação da Justiça. Ele estava no cargo de secretário municipal de Saúde desde a gestão anterior.
Dos 13 mandados de busca e apreensão, seis foram cumpridos em Selvíria, três no município de Aparecida do Taboado e quatro em São José do Rio Preto.
“Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Federal identificou indícios de inexecução contratual, assim como superfaturamento e sobrepreço na Ata de Registro de Preço (ARP) e nos respectivos contratos administrativos. Identificou, também, a existência de múltiplos contratos administrativos, alguns deles sem publicação nos sites de transparência, contendo objetos idênticos, vigência simultânea e mesmas partes contratantes, de modo a ocasionar uma multiplicidade de pagamentos por um mesmo procedimento cirúrgico e serviço médico contratado. Além disso, verificou-se que uma das clínicas médicas contratadas não existia de fato”, destacou a PF, em nota.