O empresário Celso Éder Gonzaga de Araújo, preso nesta terça-feira (12) na Operação Ícaro, é investigado como suspeito de ajudar um auditor fiscal a lavar uma fortuna obtida por meio de propina em São Paulo. Inocentado pelo “golpe do século” em Mato Grosso do Sul pelo Superior Tribunal de Justiça, o Ministério Público Estadual encontrou dois pacotes de esmeraldas e R$ 1 milhão em espécie, de acordo com o Uol.
Araújo e a esposa, Tatiana da Conceição Lopes, foram presos em flagrante pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. O esquema envolve a Rede Ultrafarma, do empresário Sidney Oliveira, e o auditor Artur Gomes da Silva Neto, que recebeu R$ 1 bilhão em propina.
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Duas empresas de Celso Éder Gonzaga de Araújo possuem ligação com a Smart Tax, empresa em nome da mãe do auditor e que teve uma evolução financeira assombrosa, de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023. Ele e a mulher são suspeitos de integrar o esquema de lavagem de dinheiro.
O empresário sul-mato-grossense também tem ligação com o apóstolo Agnaldo Campos, de uma igreja evangélico de Alphaville, que é apontado como contador de fachada do esquema. Apesar da movimentação de R$ 2 bilhões, a Smart Tax não tem funcionários.
A advogada de Celso Éder, Suzana Camargo Gomes, informou ao Uol que pediu a revogação da prisão preventiva do cliente e acesso ao processo para tomar conhecimento das suspeitas do MPE-SP.
O golpe do século
Celso Éder ocupou as páginas policiais pela primeira vez em 2017 quando foi preso na Operação Ouro de Ofir pela Polícia Federal. Ele ficou detido por um ano até ser solto pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal. A PF apontou que o golpe tinha feito 60 mil vítimas em vários estados.
O MPE denunciou Celso Éder pelo golpe em aproximadamente 25 mil pessoas, mas não listou as vítimas, o que levou o STJ a determinar o arquivamento da denúncia. A decisão da 5ª Turma do STJ foi tomada em junho deste ano.