O deputado federal Gilberto Abramo, de Minas Gerais e líder do Republicanos na Câmara dos Deputados, denunciou Marcos Pollon (PL) por quebra de decoro por atacar o presidente do parlamento, Hugo Motta (Republicanos). Na representação, ele acusa o bolsonarista de ter adotado “expressões ofensivas e depreciativas” para ser referir ao presidente da Câmara.
A representação, que pode levar da suspensão do mandato por seis meses a cassação do mandato de Pollon, foi protocolada na Corregedoria da Câmara e se refere ao discurso feito pelo deputado durante o Reaja Brasil, manifestação em defesa de Jair Bolsonaro (PL) e contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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De acordo com Abramo, o presidente da Pro Armas não se portou de forma compatível com o cargo ao lançar mão de termos de baixo calão e de alusões pejorativas a aparência física do presidente. Ele chamou Motta de “baixinho de um metro e sessenta” e que não tinha medo.
“A ofensa, nesse contexto, não se restringe ao plano pessoal, mas atinge diretamente a dignidade pelo cargo e da representação popular”, acusou o mineiro. “A conduta destemperada e agressiva enfraquece o ambiente democrático e respeitoso que deve reger o trabalho legislativo”, destacou.
Para ele, Pollon extrapolou os limites da liberdade de expressão e abusou das prerrogativas parlamentares e afrontou a ordem regimental. Ele pede a abertura de processo contra o bolsonarista sul-mato-grossense por quebra de decoro no Conselho de Ética.
Na mira de Motta
A representação foi feita pelo líder do Republicanos, mesmo partido do presidente da Câmara, e isso pode significar que Pollon está na mira de Hugo Motta. Com imagem enfraquecida após o motim bolsonarista, inclusive com o deputado federal da turma da bala participando de novo, ele corre o risco de ser punido para servir de exemplo e restaurar a autoridade do líder do legislativo.
A outra representação, por não ter cumprido o acordo e desocupado a cadeira do presidente da Câmara, Pollon foi denunciado pelos líderes governistas, como o do PT, Lindeberg Farias, e do PSD, Pedro Campos.