Albertino Ribeiro – O conto de Guimarães Rosa “Terceira Margem do rio” – recomendo sua leitura, inclusive, é bem curto -, gera um debate interessante sobre um posicionamento alternativo para além da dualidade.
Uma das dualidades mais presentes hoje em dia, sobretudo no Brasil, é a polarização política “esquerda e direta” e o dualismo econômico em que mercado e Estado são posições diametralmente opostas; um maniqueísmo desnecessário que cega as pessoas e distorce o debate.
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O economista polonês Ignacy Sachs foi o precursor do termo “Terceira “Margem no contexto econômico. Segundo Sachs, existe uma terceira via que pode permitir o crescimento econômico sem destruir o meio ambiente.
Seria uma via alternativa contra o capitalismo predatório, mas também evitando conservacionismo ambiental que protege o meio ambiente, mas ignora a necessidade de um desenvolvimento econômico. Ou seja, uma política além das duas margens opostas entre si.
Além do conceito de terceira margem, o economista Polonês também desenvolveu o conceito de civilização da Biomassa. Trata-se de um modelo econômico fundamentado no uso de recursos biológicos renovável com base energética e ligada a alimentação, indústria e serviços, saindo da margem de exploração dos combustíveis fósseis para uma economia sustentável e próspera. Sim, isso é possível.
O Brasil tem toda a estrutura e biodiversidade necessária para levar o seu barco para essa terceira margem, tornando-se um líder mundial nessa nova economia, inclusive, o mundo grita por este movimento. Com nossos ativos ambientais iremos transforma a economia do nosso país e influenciar o mundo rumo a uma economia próspera e sustentável.
Entretanto, é necessário uma metanoia. Setores da direita precisam ser mais pragmáticos e aceitar a necessidade da intervenção do Estado na economia, para que esse processo possa se realizar. Não cabe mais aquela máxima que o Estado só atrapalha e o deus mercado é que tem tudo em suas mãos, assim como a solução para o bem-estar da humanidade.
Por outro lado, aqueles esquerdistas mais radicais precisam dar a sua contribuição e afastar-se da ideia de que a estatização de toda a propriedade privada seria a solução para a humanidade.
Então, mais do que nunca, a hora é essa; é necessário movermos o nosso barco para a terceira margem afim de construirmos um mundo melhor para todos, principalmente para as futuras gerações que são as mais ameaçadas pela atual margem que nos encontramos.