O governador Eduardo Riedel se filiou ao PP na última sexta-feira (15) e passará a integrar oficialmente, a partir desta terça-feira, o União Progressistas, sigla formada pela federação entre o União Brasil e o Progressistas. Último governador a deixar do PSDB, ele sepulta o “plano B” dos bolsonaristas, que era lançar a senadora Tereza Cristina (PP) para o Governo nas eleições de 2026.
A troca do PSDB pelo PP era ventilada há vários meses. A filiação ocorreu na semana passada e já foi comunicada à Justiça Eleitoral, de acordo com o jornal Correio do Estado. Riedel vai aproveitar a formação da federação entre os dois partidos, em ato em Brasília, para oficializar o embarque.
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O ex-tucano será o 3º governador do PP. A União Progressista vai passar a ter dez governadores, 14 senadores e 109 deputados federais.
No entanto, o grupo vai continuar dividido entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o apoio ao Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As duas siglas controlam quatro ministérios. Outra divisão é que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) já se lançou como candidato a presidente da República.
Plano A e PP fortalecido
O PP passa a contar com um político de peso e assume, pela primeira vez na história, o comando do Governo de Mato Grosso do Sul. Antes, o Governo só foi comandado pelo MDB, Arena, PTB, PT e PSDB.
O União Progressistas passa a contar com o governador, uma senadora (Tereza Cristina), um deputado federal (Dr. Luiz Ovando), três deputados estaduais e ainda a prefeita da Capital, Adriane Lopes.
Riedel também sepulta o sonho bolsonarista de lançar Tereza Cristina para enfrenta-lo nas eleições de 2026. Alguns políticos da extrema direita apostavam na ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro como alternativa ao atual governador, que chamavam de comunista.
O governador poderá fortalecer a pré-candidatura a senador do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro. O ex-governador Reinaldo Azambuja já tinha antecipado que seguirá um caminho diferente e deverá se filiar ao PL para ser o “senador de Bolsonaro” nas eleições de 2026.
Com a mudança no xadrez político, os dois enfraquecem as candidaturas a reeleição dos senadores Nelsinho Trad (PSD) e de Soraya Thornicke (Podemos). Os dois sonhavam com a filiação de Riedel.
A filiação também pode enfraquecer a candidatura a senador do ex-deputado estadual Capitão Contar, que é cotado para trocar o PRTB pelo PP para ser candidato a deputado federal. O bolsonarista Marcos Pollon é cogitado para ser candidato a senador ou governador pelo Novo, mas vai perder o discurso de ser o único nome da direita.