Mato Grosso do Sul cobra o 3º maior valor do País para a escritura de um imóvel entre as 27 unidades da federação. Em relação ao Paraná, estado mais usado por corretores e compradores, o preço cobrado pelos cartórios é 402% superior. A taxa de MS é 356% maior que a cobrada no Distrito Federal, onde os trabalhadores possuem a maior renda média nacional.
A constatação é de pesquisa realizada por Luciano Timm, professor de direito da Fundação Getúlio Vargas, e Thomas Conti, economista e professor do Insper. Eles fizeram o estudo com base no valor de um imólvel de R$ 310 mil em outubro do ano passado, segundo reportagem do Uol.
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Esse é o valor médio dos imóveis novos vendidos no País, segundo levantamento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
O valor da escritura de MS só fica atrás do Acre (R$ 8,6 mil) e do Amapá (R$ 8.527) e supera os outros estados da região Centro-Oeste, como Mato Grosso (R$ 5.748), Goiás (R$ 4.420) e do DF (R$ 1.503).
De acordo com os pesquisadores, estados mais pobres cobram mais caro pela escritura. Apesar de ter a maior renda dos trabalhadores no País, com média de R$ 3.444, o Distrito Federal cobra o 2º menor valor pela escritura, enquanto MS, que cobra a 3ª maior, a renda média é de R$ 2.169, a 8ª no ranking nacional.
O valor da escritura mais barato, R$ 1.377, é do Paraná, estado frequentemente usado por corretores e compradores de imóveis para realizar a escritura por pagar mais barato. O levantamento comprova o que o povo já sabia há muito tempo, o valor da escritura em MS é cinco vezes mais caro do que o cobrado pelos cartórios paranaenses.