O ex-governador Reinaldo Azambuja adiou a filiação ao PL para ganhar tempo e avaliar o impacto do tarifaço imposto por Donaldo Trump a pedido do deputado federal Eduardo Bolsonaro e das novas denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Inicialmente, ele trocaria o comando do PSDB pelo do PL em Mato Grosso do Sul na última quarta-feira (20).
A data de filiação chegou a ser confirmada pelo presidente regional do PL e primeiro suplente de senador, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela. Ele garantiu que a filiação estava acertada e ocorreria até o dia 20 deste mês.
Veja mais:
PL deve filiar Reinaldo até dia 20 e prevê eleição de dois senadores, seis federais e 19 estaduais
PT filia Fábio Trad no dia 30 e cargo a ser disputado só vai ser definido em outubro
Após Riedel definir futuro, Fábio Trad se reúne com a cúpula para acertar filiação ao PT
No entanto, a única mudança de partido foi do governador Eduardo Riedel. Na última terça-feira (19), ele oficializou o ingresso no PP, partido que formou a federação União Progressista com o União Brasil.
Inicialmente, o plano era Riedel e Reinaldo trocarem de partido na mesma data. No entanto, Reinaldo decidiu analisar o impacto no seu eleitorado, principalmente, o agronegócio, das ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O filho de Bolsonaro vem se gabando das sanções de Trump, que prejudicaram as exportações brasileiras, inclusive de MS, e pode ter impacto na agricultura e pecuária.
Nos bastidores, a decisão de Reinaldo de adiar a filiação para setembro, foi tomada antes da divulgação das mensagens entre o ex-presidente, o filho e o pastor Silas Malafaia. Em um dos áudios, Eduardo xinga Bolsonaro: “vtnc ingrato do caralho”. O evangélico xinga o deputado de “merda”, entre outros palavrões chulos.
Tenente Portela descarta qualquer recuo e garante que Reinaldo só está aguardando a agenda de lideranças nacionais do PL para marcar a data da filiação. Inicialmente, o plano era contar com a presença de Bolsonaro, mas o ex-presidente está em prisão domiciliar e não pode participar de atos públicos.
Reinaldo faz parte do plano de Bolsonaro de eleger uma grande bancada de senadores para ter força para aprovar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Ele acredita que o tucano não irá fazer como a senadora Soraya Thronicke (Podemos), que o abandonará após a eleição.
O tucano já confirmou que a chance de se filiar ao PL é de 99%. Aliás, a filiação de Reinaldo ao PL é especulada há um ano, mas ainda não se confirmou.