A tradicional Marcha para Jesus chega a sua 33ª Edição e será celebrada no mesmo dia do aniversário de 126 anos de Campo Grande, nesta terça-feira, 26 de agosto. Apesar de o evento ser marcado pela participação de políticos ligados a congregações evangélicas, os organizadores descartam seu uso político. No entanto, uma página do Instagram ligada ao ato foi utilizada para convocar seguidores para participarem da carreata e motociata contra o Supremo Tribunal Federal, o presidente Lula (PT), e a favor de Jair Bolsonaro (PL) neste mês de agosto.
O presidente do Conselho de Pastores de Mato Grosso do Sul, pastor Wilton Acosta, criticou, em junho, o que chamou de ataques à Marcha para Jesus pela imprensa por classificar a festa como “balada gospel” devido aos shows que marcam o evento. Na ocasião, ele também rebateu que a celebração seja um ato político. “Você sabe que isso não é verdade”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.
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Porém, no fim de julho, Wilton Acosta utilizou a página do Instagram “Marcha pra Jesus CG MS” (@marchaprajesuscgms) para fazer convocação para o ato em Campo Grande, em 3 de agosto, contra o STF, sendo que o ministro Alexandre de Moraes foi o principal alvo.
“Dia 3 é dia do Brasil levantar a sua voz contra os abusos cometidos pelo judiciário. As 10h na Praça do Rádio vamos fazer o maio buzinaço de Campo Grande. Venha fazer parte desse movimento” (sic), divulgou Acosta pelas redes da Marcha para Jesus e do Consepams.
A publicação deixou alguns seguidores confusos. “Nao vai ter mais marcha?”, perguntou uma seguidora. “Não tem o que fazer e dá nisso jkkkk”, disse outra.
A carreata e motociata contou com a participação dos deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, e Dr. Luiz Ovando (PP), do deputado estadual Coronel David (PL) e dos vereadores da Capital, Ana Portela e Rafael Tavares, do PL, e Herculano Borges (Republicanos).
Denominado de Reaja Brasil, o evento reuniu centenas de pessoas na Praça do Rádio e no canteiro da Avenida Afonso Pena. A maior participação ocorreu na carreata e buzinaço contra Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a favor da volta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a ser monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
Na publicação abaixo, Wilton Acosta defende a Marcha para Jesus de supostos ataques e descarta uso político do evento.
Ano passado, quando ocorreu a eleição para o comando da Prefeitura de Campo Grande, a marcha contou com a participação de três candidatos: Adriane Lopes (PP), Beto Pereira (PSDB) e Rose Modesto (União Brasil). A primeira acabou reeleita.
A Marcha para Jesus tem este ano o tema “Que Ele cresça” e a caminhada percorrerá algumas das principais avenidas da Capital. O evento contará com diversas atrações da música gospel, como a cantora Midian Lima, o Pr. Antonio Cirilo e a banda Discopraise.
A marcha terá concentração a partir das 13h, na Praça do Rádio Clube, no coração da cidade. A celebração é promovida pelo Conselho Estadual de Pastores de Mato Grosso do Sul (Consepams) e organizada pelo Conselho de Pastores de Campo Grande (Concepacg).