Gabriela Couto – Nilto Ramos de Moraes Junior tinha um plano simples quando abriu a própria peixaria em Campo Grande: vender peixe fresco, bem feito e com preço que as pessoas pudessem pagar. Vindo de Dourados, onde o irmão já tinha restaurante, ele conhecia bem a rotina da cozinha e o gosto do cliente. Mas não imaginava quantas vezes teria que mudar de rumo para manter esse plano de pé.
A primeira tentativa foi em 2019, na Avenida Três Barras, o Delícias Pantaneiras. Um ponto pequeno, sem luxo, construído aos poucos, com as próprias mãos. Ele fez o que dava com o que tinha.
Veja mais:
CG126: Shopping, churrasco e barzinho: pesquisa mostra os prazeres do campo-grandense
CG126: Nômade e sem destino, Sidnei encontrou na rua a paz e proteção do Exército
A clientela começou a aparecer, puxada pela tilápia ao provolone, o pacu assado e o peixe no urucum. Nos fins de semana, o lugar lotava, bem mais do que o espaço comportava.
Veio a pandemia. Com as portas fechadas e as contas chegando, Nilto transformou a peixaria em conveniência. Foi uma forma de não perder tudo. Depois, quando a cidade reabriu, enfrentou outro problema: a rua em obra e a falta de estacionamento. O movimento caiu, o espaço apertou de vez.
Em janeiro de 2024, decidiu mudar. Levou o restaurante para Rua Bom Pastor, a principal via gastronômica da cidade. A nova fase trouxe mais estrutura e mais gente. E agora, ele já pensa em ampliar o cardápio com churrasco. “A maioria aqui ainda prefere carne. Seis dias na carne, um no peixe. Então é preciso acompanhar”.
Durante esse tempo, tentou abrir uma segunda unidade, na região da Júlio de Castilho. A estrutura ficou pronta, mas não tinha equipe. Faltava mão de obra, sobrava desafio. Fechou antes que o prejuízo fosse maior.
Com mais de 15 anos de experiência na cozinha, ele aprendeu tudo na prática, acertando e errando. “Minha prioridade é continuar entregando o que prometi lá no começo. Comida simples, bem feita, com respeito ao cliente”.