O deputado federal Marcos Pollon (PL) entregou na última semana sua defesa à Corregedoria da Câmara dos Deputados contra duas representações que o acusam de quebra de decoro. O sul-mato-grossense foi denunciado pelo discurso raivoso e cheio de palavrões durante a manifestação Reaja Brasil realizada no dia 3 de agosto em Campo Grande e por ocupar a cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), para obstruir os trabalhos da Casa.
Pollon defende que o protesto foi “legítimo, pacífico e dentro da lei” e que as sindicâncias tentam transformar “um ato de natureza eminentemente política em infração disciplinar”. O parlamentar argumenta que a obstrução física do Plenário é uma prática já utilizada em outros momentos da história do Congresso e cita protestos de partidos de esquerda na Câmara e no Senado em anos anteriores. Nas redes sociais, o deputado chamou de “hipocrisia” a denúncia contra os congressistas de direita.
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O deputado bolsonarista também citou o projeto de resolução (PRC) 63/2025, protocolado em agosto, que altera dispositivos do Código de Ética da Câmara. Ele afirma que a iniciativa demonstra a ausência de base legal para considerar a ocupação do plenário como infração disciplinar.
Sobre o discurso durante a manifestação Reaja Brasil, em que discursou em cima de caminhão em ato pró-anistia, Pollon defende que se tratava de manifestação pacífica fora do ambiente institucional e também estaria amparado pela imunidade parlamentar.
O ex-presidente do PL em Mato Grosso do Sul apontou ainda falhas formais nas representações, como ausência de individualização das condutas. Para ele, não foram detalhados quais atos específicos teriam sido praticados, em que circunstâncias e por que seriam considerados infrações.
Pelo motim realizado na Câmara dos Deputados, Marcos Pollon pode ter o mandato suspenso por seis meses. O deputado é citado nos bastidores como um dos definidos para ser punido por Motta para dar exemplo de autoridade no legislativo.
Pollon também é acusado de quebra de decoro durante manifestação na Capital, onde chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “filho da puta”, e o presidente da Câmara de “baixinho de um metro e sessenta” e outros impropérios. Por causa do discurso marcado por palavrões, ele chegou a ser suspenso do “X”, a rede social que pune o mínimo possível desde que passou a ser comandada por Elon Musk.