O início desta semana ficou marcado pelos primeiros dias do histórico julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus do núcleo 1 acusados de tramar um golpe de Estado. Deputados federais de Mato Grosso do Sul participaram até de vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. E petistas celebram que chegou o momento de golpistas prestarem contas com o passado.
Horas antes do início do julgamento, os deputados Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, ambos do PL, participaram de vigília organizada por apoiadores em frente ao condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, em Brasília, na noite de segunda-feira (1º). Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, e Jair Renan, vereador por Balneário Camboriú, também estiveram ao lado de militantes em oração e fizeram discursos em defesa do pai.
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Rodolfo e Pollon também discursaram. O Gordinho do Bolsonaro declarou que Bolsonaro “está sendo julgado porque ele virou as costas pra corrupção” e que o ex-presidente “tem as mãos limpas”. Com falas mais enérgicas, o colega de partido falou em “luta do bem contra o mal” e citou “canalhas” e “criminosos”.
“Bolsonaro mostrou que é possível fazer política limpa, sem se curvar ao esquema, sem se tornar marginal. E é exatamente por isso que ele é perseguido, porque ousou enfrentar o sistema e venceu!”, publicou Pollon.
No dia do início do julgamento, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) disse que a “condenação já está escrita”. “O STF solta Lula, mesmo condenado, e persegue Bolsonaro sem provas. A ditadura da toga dilacera a democracia. A arrogância de Moraes precede a ruína: nenhum abuso é eterno. O Brasil clama pela verdadeira Justiça!”, defendeu.
Do lado petista, o julgamento é tratado como uma prestação de contas com ditadores e golpistas do passado que não foram condenados por seus crimes. A deputada federal Camila Jara divulgou um dossiê com os detalhes sobre as acusações contra Jair Bolsonaro e o núcleo golpista comandado por ele.
“Está chegando a hora de prestar contas. O nosso dossiê mostra o que as investigações reuniram: liderança da articulação, uso da máquina do Estado para atacar as instituições, a minuta do golpe lida e editada, e uma sequência de atos para tentar destruir a democracia e o voto de 60 milhões de brasileiros”, descreveu a petista.
Fábio Trad (PT) destacou o caráter histórico do julgamento. “Pela primeira vez na história do Brasil, a cúpula de uma elite militar em consórcio com a cúpula de uma elite política nacional de extrema direita, dentre os quais um ex-presidente da República, serão enfim julgados por crimes contra a democracia”, relatou o ex-deputado.
“Tudo indica que haverá condenações e penas duríssimas, com prisões em regime fechado”, projeta Fábio.
O ex-candidato ao Senado Tiago Botelho (PT) também espera uma condenação e criticou as articulações pela anistia no Congresso Nacional.
“Se o Congresso aprovar anistia para proteger Bolsonaro, não é certo que valerá. O STF ainda analisa, e deve derrubar por inconstitucionalidade. Anistia, nesse caso, é só manobra para burlar a Constituição e salvar quem atacou a democracia. Bolsonaro vai preso e o resto é mimimi”, provocou.
Se o Congresso aprovar anistia para proteger Bolsonaro, não é certo que valerá. O STF ainda analisa, e deve derrubar por inconstitucionalidade. Anistia, nesse caso, é só manobra para burlar a Constituição e salvar quem atacou a democracia. Bolsonaro vai preso e o resto é mimimi.
— Professor Tiago Botelho (@trbotelho) September 3, 2025