A direção nacional do PL decidiu mudar a data da festa de filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao partido. O evento estava marcado para o próximo dia 12, mesma data em que será proferida a sentença contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento no Supremo Tribunal Federal pela tentativa de golpe de Estado. Contando com uma provável condenação, integrantes do Partido Liberal defendiam a remarcação da celebração.
O maior crítico foi o deputado estadual João Henrique Catan (PL), que declarou não haver “qualquer clima de festa ou de comemoração” no dia 12 de setembro. Aparentemente, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ouviu o recado e remarcou o evento de filiação de Reinaldo para 21 de setembro deste ano, sem definir o horário e o local.
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A alteração da data foi anunciada pelo presidente regional do PL, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela.
“O Diretório Nacional do Partido Liberal, através do Ofício n°03/2025, assinado pelo presidente Valdemar Costa Neto, comunica que “em virtude do julgamento do processo do ex-presidente Jair Bolsonaro” remarcou o evento de filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja e lideranças para o dia 21 de setembro de 2025. Em data oportuna confirmaremos o local e horário do evento”, diz a nota divulgada nesta terça-feira (2).
João Henrique foi um dos primeiros a agradecer pela remarcação do evento. “Parabéns pela decisão, espero que meu protesto tenha contribuído para a decisão. Só falta agora entenderem que a direita reivindica candidatura própria. O Governo Riedel além de aliado ao PT, vai conseguir quebrar o estado sem entregas e qualidade de serviços públicos!”, comentou o deputado.
Apesar de os bolsonaristas raiz vincularem os ex-integrantes do PSDB ao PT e à esquerda, Reinaldo Azambuja foi convidado por Bolsonaro e Valdemar Costa Neto para presidir o PL em Mato Grosso do Sul e disputar o Senado nas eleições de 2026.
Além disso, há os apoiadores de Bolsonaro que ainda se dizem incomodados com casos de corrupção, e o ex-tucano foi denunciado por ter recebido R$ 67,7 milhões em propina da JBS e está com R$ 277 milhões em bens e contas bancárias bloqueados pela Justiça. Reinaldo nega as acusações. Até o momento, cinco anos após ser protocolada pela Procuradoria-Geral da República, a denúncia ainda não foi analisada pelo Poder Judiciário.
No dia 3 de agosto, durante o evento Reaja Brasil em Campo Grande, o ex-presidente regional do PL e deputado federal Marcos Pollon xingou de “canalhas” quem deu o comando do Partido Liberal para Reinaldo Azambuja.
João Henrique Catan protestou que a festa de filiação de Reinaldo no dia 12 de setembro enterraria as candidaturas de Jair Bolsonaro e da direita ao Governo de Mato Grosso do Sul, em 2026. A rejeição ao ex-tucano, porém, não é unanimidade dentro do PL, pois o ex-governador conta com o apoio do deputado estadual Coronel David e do deputado federal Rodolfo Nogueira.