Com o apoio dos bolsonaristas e do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT), a Câmara Municipal de Campo Grande manteve o veto da prefeita Adriane Lopes (PP) ao projeto de lei que obrigava o Consórcio Guaicurus a adquirir ônibus novos com ar-condicionado. Apenas seis vereadores mantiveram a posição inicial e votaram pela derrubada do veto.
Na prática, com o voto declarado de 16 dos 29 vereadores, o legislativo castiga o campo-grandense a trafegar com ônibus velho, ruim e sem ar-condicionado no calor de 35º. Na época de campanha, teve político, como Marquinhos, que prometia ônibus com ar-condicionado, mas na prática, atua contra qualquer conforto ao cidadão.
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Dos oito autores da proposta, nenhum bolsonarista votou para derrubar o veto. Rafael Tavares (PL) votou pela manutenção do veto, enquanto Ana Portela (PL) estava ausente, apesar do projeto estar pautado desde a semana passada, e André Salineiro (PL) não participou da votação porque estava presidindo a sessão.
Apenas os petistas, Landkmar Rios, que teve a iniciativa de apresentar o projeto, Jean Ferreira e Luiza Ribeiro, mantiveram a posição a favor do ar-condicionado nos ônibus e votaram pela derrubada do veto. Wilson Lands (Avante) perdeu a votação, chegou atrasado e declarou que era pela derrubada do veto.
Ronilço Guerreira (Podemos) completou a lista dos vira-casaca e também votou para castigar o eleitor a andar no calor em veículos sem ar-condicionado. Ele acabou cedendo aos apelos da prefeita.
Sem 15 vereadores a favor do povo
Para derrubar o veto de Adriane Lopes era preciso, no mínimo, 15 votos. Dos 29 vereadores, apenas seis votaram a favor do povo e pela derrubada do veto:
- Jean Ferreira (PT)
- Landmark Rios (PT)
- Luiza Ribeiro (PT)
- Maicon Nogueira (PP)
- Dr. Lívio Leite (União Brasil)
- Junior Coringa (MDB)
A maioria absoluta, 16, deu as costas para eleitor um ano após as eleições do ano passado. Marquinhos já tinha antecipado que o contrato não permite a instalação de ar-condicionado, apesar de ter feito a promessa quando foi candidato a prefeito em 2016.
Votaram pela manutenção do veto, contra mais conforto para o usuário do transporte coletivo e a favor do Consórcio Guaicurus, que cobra uma das tarifas mais caras do País, mas não garante serviço de qualidade, os seguintes vereadores:
Os vereadores contra o povo:
- Beto Avelar (PP)
- Carlão (PSB)
- Dr. Victor Rocha (PSDB)
- Fábio Rocha (União Brasil)
- Flávio Cabo Almi (PSDB)
- Herculano Borges (Republicanos)
- Leinha (Avante)
- Marquinhos Trad (PDT)
- Neto Santos (Republicanos)
- Otávio Trad (PSD)
- Professor Juari (PSDB)
- Professor Riverton (PP)
- Rafael Tavares (PL)
- Ronilço Guerreiro (Podemos)
- Silvio Pitu (PSDB)
- Veterinário Francisco (União Brasil).
Autor da proposta, Landkmark afirmou que vai incluir a proposta de ônibus no ar-condicionado no transporte coletivo no relatório final da CPI do Consórcio Guaicurus, que teve a entrega do relatório final adiada mais uma vez. Agora, o prazo é o final deste mês.
O petista também garantiu que vai manter a luta para garantir mais conforto aos usuários do transporte coletivo e reapresentará o projeto em 2026. ”Não vamos desistir”, assegurou.
Os outros ausentes, além da relatora da CPI, eram Clodoilson Pires (Podemos), Delei Pinheiro (PP), Dr. Jamal (MDB) e Papy (PSDB). O presidente do legislativo está de luto por causa da morte de um assessor em acidente de trânsito.
Para o eleitor mais esperto, ano que vem tem eleição e um número expressivo de vereador vai tentar uma vaga na Assembleia e na Câmara dos Deputados. Vai ter a oportunidade de cobrar ou carregar o atestado de idiota em apoiar quem não luta por seus direitos no legislativo.