O PT, centrais sindicais, partidos progressistas, representações religiosas e movimentos sociais prometem transformar o tradicional Grito dos Excluídos em uma grande manifestação a favor da democracia e soberania do País neste domingo, 7 de setembro, quando vai ser celebrado o 203º ano da Independência do Brasil. Em Campo Grande, a concentração para o ato tem início às 8h, no cruzamento da Rua 13 de maio com a Dom Aquino, no Centro da Capital.
Neste ano, há um envolvimento bastante direto do governo e do partido de Luiz Inácio Lula da Silva na organização das manifestações. Em Mato Grosso do Sul, o presidente regional do PT, deputado federal Vander Loubet, e o comandante do diretório da Capital, deputado estadual Pedro Kemp, encabeçam as convocações utilizando lemas como “o Brasil é dos brasileiros” e “quem manda no Brasil é o povo brasileiro”.
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Petistas e esquerda decidiram abraçar com força um discurso nacionalista para se contrapor ao que considera “vira-latismo” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores em relação aos EUA, cujo presidente Donald Trump decidiu aplicar sanções econômicas ao Brasil. A medida contou com articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e deve ser responsável pela perda de milhares de postos de trabalho no País.
Essa postura é ilustrada pela convocação de Vander Loubet para participação do ato em Campo Grande. “O Brasil é soberano e quem defende a democracia não se cala. No próximo 7 de setembro, não é apenas a independência que está em pauta, mas também o compromisso com as instituições, o respeito à soberania nacional, e a recusa a qualquer tentativa de retrocesso”, afirma o presidente do PT em MS.
“Este encontro é um manifesto em defesa do Brasil, não contra uma pessoa, mas contra a ideia de transformar ódio em política. É a afirmação que o nosso país pertence ao povo e não a projetos autoritários. Democracia é soberania, liberdade e justiça social. No dia 7 de setembro, vamos reafirmar o óbvio: ‘O Brasil é independente, democrático e soberano. E sempre será’”, diz Vander.
Pedro Kemp defende que o Dia da Pátria “é um dia de lutar, de ir às ruas e defender a nossa democracia, a nossa soberania, e defender que o Brasil é dos brasileiros e brasileiras”.
“Vamos levantar a nossa voz contra os golpistas, contra aqueles que atentam contra a nossa democracia. Sem anistia, Brasil livre e soberano”, finaliza o deputado.
Petistas e a esquerda criam um contraponto às manifestações de bolsonaristas também marcadas para o 7 de Setembro, mas que ocorrem à tarde.
Os apoiadores de Bolsonaro vão criticar as investigações que envolvem o ex-presidente e os magistrados responsáveis pelos julgamentos, além de demonstrar apoio a Trump e à aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, até que os casos contra Bolsonaro sejam arquivados e ele possa disputar a eleição.
A mobilização nacional da esquerda e defensores da democracia intitulada “Povo Independente e Povo Soberano” faz parte do 31º Grito dos Excluídos, que por sua vez tem como lema: “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”.
De acordo com a organização, o tema central, se conecta com o contexto global de crises climáticas e sociais, reforça a defesa intransigente da democracia e a importância do cuidado com o meio ambiente.
Além disso, este ano o Grito dos Excluídos vai às ruas em defesa do Plebiscito Popular e terá mutirões para coleta de votos. A iniciativa promove uma consulta nacional sobre a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e o imposto para os super-ricos.