O esquema de desvio de recursos públicos comandado pelo prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), contava com a participação de 22 empresas, sendo 12 do município e 10 de Campo Grande. As companhias e os sócios foram alvos, nesta terça-feira (9), da Operação Spotless, deflagrada pela Procuradoria-Geral de Justiça com o apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado).
No total, o desembargador Jairo Roberto de Quadros, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, autorizou 59 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva. O tucano foi preso em casa e transferido para Campo Grande. O Correio do Estado obteve a relação dos alvos e o O Jacaré também obteve a lista.
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“Com o fim específico de coletar provas relativas à prática de crimes em apuração nesta investigação, por meio da apreensão de vestígios físicos ou digitais localizados, a exemplo de cadernos, agendas, anotações avulsas, extratos, dispositivos eletrônicos e informáticos, telefones celulares, servidores, redes ou serviços de armazenamento em nuvem de qualquer espécie, quando houver suspeita que contenham material probatório relevante, além de apreensão de valores em espécie, em moeda estrangeira ou em reais, sem comprovação de origem, ou acima de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sem prejuízo de outros eventuais instrumentos caracterizadores de crime”, determinou Quadros.
“Autorizo o acesso aos telefones celulares e dispositivos informáticos de todos os investigados acima citados, inclusive durante o ato de cumprimento da ordem de busca e apreensão para preservação da evidência”, determinou.
Os empresários são suspeitos de integrar o esquema de fraude em licitações, corrupção passiva e ativa e pagamento de propina em Terenos. Eles entraram na mira do MPE graças ao aprofundamento da investigação iniciada com a Operação Velatus, deflagrada em 13 de agosto do ano passado.
Confira a relação das empresas e empresários investigados:
Terenos
- Conecta Construções – Eduardo Schoier;
- Construtora Kurose, de Fernando Seiji Alvese Kurose;
- Base Construtora e Logística, de Genilton da Silva Moreira;
- HG Empreiteira & Negócios Ltda., de Hander Luiz Corrêa Grote Chaves;
- Lopes Construtora & Empreiteira Ltda., de Nádia Mendonça Lopes;
- Construtora e Empreiteira Real, de Sansão Inácio Rezende;
- D’Aço Construção e Logística, de Tiago Lopes de Oliveira;
- Agpower Engenharia e Construções, de Arnaldo Godoy Cardoso Glagau;
- Construtora Queiroz, de Daniel Matias Queiroz;
- Limpe Bem, de Ednéia Rodrigues Vicente;
- Marsoft Informática Construções e Serviços, de Rogério Luís Ribeiro;
- RS Construções e Serviços, de Stênia Sousa da Silva.
Campo Grande
- Arnaldo Santiago Ltda., de Arnaldo Santiago;
- Bonanza Comércio e Serviços Ltda., de Cleberson José Chavoni Silva;
- Tercam Construções Ltda., Fábio André Hoffmeister Ramires e Jucélia Maria de Oliveira;
- Angico Construtora e Prestadora de Serviços Ltda., de Sandro José Bortoloto;
- Fortes Construtora Ltda., de Alexandre de Oliveira Pinheiro;
- GS Serviços e Construtora Ltda., de Celso Ricardo Gazola e Fernando Gomes Camargo;
- B2 Empreendimentos, de Felipe Braga Martins;
- Gomes & Azevedo, de Marcos Nascimento Galitzki;
- Tecnika Construção e Locação de Equipamentos, de Rinaldo Cordoba de Oliveira;
- Jardim Apoio em Gestão Empresarial e Eventos, de Vanuza Cândida Jardim.
Conforme o despacho do desembargador, os mandados foram cumpridos nas empresas e nas residências dos sócios. O mesmo ocorreu com o prefeito, que teve a casa e o gabinete vasculhado na Operação Spotless.
De acordo com o MPE, a organização criminosa é suspeita de ter desviado mais de R$ 15 milhões da prefeitura de Terenos. O período do desvio ainda não foi revelado.