O prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), anunciou por meio de vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (10) que vai fazer “cortes gigantes” nos gastos públicos do município. A medida contrasta com a batalha judicial que o tucana trava no judiciário para conseguir aumento de 75% no próprio salário, apesar de contar com três derrotas consecutivas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O autointitulado “prefeito mais louco do Brasil” agora afirma que a Prefeitura de Ivinhema passa por uma crise financeira que nunca havia “vivenciado” em seus cinco anos de mandato. “Iremos fazer muitos cortes e muitos cancelamentos”, avisa Juliano Ferro. Ele determinou o cancelamento de todos os eventos no município bancados com verba pública, o pagamento de diárias no Executivo e haverá demissões de servidores.
Veja mais:
Condenado por desvios na saúde e prefeito mais louco do Brasil devem ir com Reinaldo no PL
Após três derrotas no TJ, prefeito mais louco do Brasil apela, de novo, por reajuste de 75%
PM tem prejuízo com Dodge Ram e cobra R$ 769 mil do prefeito “mais louco” do País
“Estamos dando prioridade na área da saúde, na educação e no desenvolvimento do nosso município. Cancelei também todas as diárias de prefeito, vice e secretariado. Iremos fazer também o desligamento de algumas pessoas que trabalham pro município, pois o nosso índice [comprometimento com a folha], com a queda de arrecadação, aumentou muito”, explica o prefeito na gravação.
Apesar de a Justiça ter barrado o salário de R$ 35 mil, Juliano Ferro diz que vai reduzir o próprio salário para R$ 25 mil, o que na prática ainda é um aumento, porque com as derrotas no processo e nos recursos, o subsídio do prefeito foi mantido em R$ 19.904.
Desta forma, é de se esperar que o procurador-geral do Município, Fernando Pereira, desista do pedido de suspensão de liminar diretamente ao presidente do TJMS, desembargador Dorival Renato Pavan. O recurso foi ajuizado após a 4ª Câmara Cível do TJMS negar, por unanimidade, o pedido de suspensão da liminar que derrubou o reajuste no salário do prefeito.
Após o resultado da turma, o desembargador Dorival Pavan reconsiderou sua decisão que havia suspendido a liminar e manteve suspenso o reajuste de 75% no salário de Juliano Ferro.
Enquanto o reajuste estiver suspenso, o vencimento da vice-prefeita Ângela Casarotto (PP) cai pela metade, de R$ 17,4 mil para R$ 9.952, do procurador geral passa de R$ 18,2 mil para R$ 10.836 para R$ 18,2 mil e dos secretários municipais de R$ 12,5 mil para R$ 10.836.
Os secretários municipais, conforme o anúncio, teriam redução de 15% na remuneração, de R$ 12,8 mil para pouco mais de R$ 10 mil. Mas como se vê, na prática, o subsídio seguirá o mesmo.
“Iremos começar a sentir na pele, nós, o primeiro escalão do município, e irá chegar na ponta. Iremos fazer desligamentos na área da saúde, na área da educação, e também na área das obras, de todos os setores do nosso município. Qualquer tipo de viagem, tudo que é gasto desnecessário estaremos cancelando daqui para frente até dezembro”, relata Juliano Ferro.
Os cortes serão oficializados em decreto a ser publicado nas próximas horas, segundo o prefeito.