Enquanto o Governo do Estado aperta o cinto com decreto para economizar, a Assembleia Legislativa recebe propostas no próximo dia 16 em licitação para gastar uma dinheirama de recursos públicos. O custo previsto é de até R$ R$ 107.826.097,09, incluindo um auditório para 700 pessoas.
O objeto da licitação é contratar empresa especializada de engenharia para a construção do novo plenário e bloco administrativo de apoio aos parlamentares, servidores e visitantes da Assembleia Legislativa.
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O contratado deverá fornecer todo material e mão de obra necessários para a execução dos serviços. O atual Plenário Deputado Júlio Maia foi entregue em 1986 e comporta 300 pessoas.
Ao anunciar a construção em 27 de março deste ano, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro (PP), falou de sonho, inovação, eficiência no serviço público. Além de destacar a capacidade para 700 pessoas.
O novo e caro plenário foi projetado pelo arquiteto Paulo Delmondes. Em vez das linhas retas dos prédios dos Parque dos Poderes, a proposta é de curvas: formato circular e uma cúpula sobre o auditório. Apenas com o projeto arquitetônico do novo “palácio”, a Casa de Leis gastou R$ 3,7 milhões. Neste caso, o contrato foi sem licitação.
O novo plenário e bloco administrativo terão área total de aproximadamente 11.382 metros quadrados. A licitação será na modalidade técnica e preço. Neste primeiro parâmetro, as propostas serão analisadas pela Comissão de Avaliação Técnica da Assembleia Legislativa. Ela é formada por três servidores: Rodrigo Otavio Costa Machado, Mara Lúcia Barros Correia e Raquel de Cássia Selffrin Pereira.
A obra milionária movimentou o mercado de licitações. A Embrali (Empresa Brasileira de Licitações), que tem sede em Curitiba (Paraná), questionou pontos do edital, como os atestados exigidos.
Também do Paraná, a Sial Construções Civis Ltda apontou restrições à competitividade:
O edital também foi questionado pela Alcance Engenharia e Construção Ltda, Gomes & Azevedo Ltda e Porto Belo. O Orçamento 2025 do governo do Estado destinou R$ 520 milhões para os gastos da Assembleia Legislativa.
O Poder Legislativo ainda investe num estacionamento vertical, com 140 vagas já disponíveis ao público a partir desta semana. Ao todo, a obra vai oferecer 600 vagas, ao custo de R$ 34 milhões.