Políticos bolsonaristas criticaram o Supremo Tribunal Federal pela “condenação de um inocente”, em referência à sentença de 27 anos e três meses de cadeia de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista, e acusaram os ministros de atuaram politicamente. Já a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP) se solidarizou com o ex-presidente pela “pena altíssima”.
No entanto, nenhum deputado bolsonarista convocou a população a realizar manifestações, greves e bloqueios para parar o País. A ameaça foi repetida a exaustão durante o julgamento e os protestos contra os ministros da suprema corte. Os protestos se limitaram às redes sociais, por enquanto.
Veja mais:
Fim histórico a era de golpes no Brasil e nem Trump salvou Bolsonaro, dia de festa na esquerda
STF condena Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão no regime fechado
Por 4 a 1, STF condena Bolsonaro e mais sete pela trama golpista
“Um julgamento conduzido por interesses políticos jamais poderá ser chamado de Justiça. O que vimos foi a perseguição de um homem que representa milhões de brasileiros. Não é Bolsonaro apenas o condenado — é a vontade popular que foi ferida. Quando a democracia é”, reagiu o deputado estadual Coronel David (PL), amigo do ex-presidente.
““Condenaram um homem, mas jamais conseguirão calar o sentimento de um povo. Isso não é justiça, é perseguição — e nós não vamos nos calar”, reagiu o bolsonarista João Henrique Catan (PL) em longa manifestação nas redes sociais.
Condenação sem provas
“Não há qualquer surpresa no que aconteceu hoje. O resultado já estava escrito, um verdadeiro teatro armado apenas para condenar um presidente sem provas, sem crime, sem nada”, afirmou o deputado federal Marcos Pollon (PL).
“É mais um capítulo triste desse espetáculo de horror contra a democracia. Mas mesmo diante de tudo isso, não vamos perder a esperança. Não vamos sepultar a nossa vontade de lutar pelo que é justo e pela liberdade do nosso país”, pontuou.
“O STF acaba de mostrar ao mundo sua face mais imoral. Num julgamento fraudulento, condenaram um inocente: Jair Bolsonaro. Esse julgamento, trata-se de um teatro armado, com um enredo e um final escritos há muito tempo. Pois nunca houve tentativa de golpe. O verdadeiro golpe partiu da própria corte, que hoje enterra a democracia brasileira”, lamentou Rodolfo Nogueira, o Gordinho do Bolsonaro (PL).
“Dos 4 ministros que votaram até agora, apenas Fux teve coragem de enfrentar a farsa, expondo a trama contra o maior líder político da história do Brasil e contra todos os brasileiros de bem. O que vimos não foi justiça, foi revanchismo político. A condenação de Bolsonaro é a condenação de todos que ainda ousam defender Deus, Pátria, Família e Liberdade”, afirmou.
João Henrique também usou o voto de Fux como exemplo de que o julgamento foi viciado, porque deveria ter ocorrido no plenário do STF, por Bolsonaro ter sido presidente da República, ou na primeira instância por ser ex-presidente.
O bolsonarista ainda citou o julgamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado duas vezes pelo então juiz federal de Curitiba, Sergio Moro, mas acabou absolvido por incompetência do juízo.
Critica protocolar
De olho na vaga de vice-presidente na chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Tereza Cristina foi protocolar, lamentou a condenação, mas não atacou o STF, como fazem os demais bolsonaristas.
“O presidente Bolsonaro foi alvo hoje de grande injustiça! Minha total solidariedade a ele e sua família neste momento tão difícil”, ponderou a senadora. “Como senadora e como brasileira, não posso ficar calada diante do que considero uma decisão desproporcional. Vamos seguir trabalhando para reverter essa situação absurda!” postou, na esperança de continuar tendo a simpatia dos bolsonaristas e continuar de bem com a suprema corte.