Condenado duas vezes por corrupção na Operação Lama Asfáltica, o ex-deputado federal Edson Giroto será um dos destaques na festa de filiação ao PL, prevista para este domingo (21) no Ondara. Ex-secretário municipal e estadual de Obras nas gestões de André Puccinelli (MDB), ele retorna ao partido e tentará dar a volta por cima como o neobolsonarista.
Amigo do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o ex-deputado vai se filiar ao partido com o status de estrela. De acordo com o Correio do Estado, a eleição de Giroto para a Câmara dos Deputados é uma das prioridades da cúpula nacional.
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“Valdemar é um cara muito correto. O PL vai crescer muito com a vinda do Reinaldo e com a capacidade de agregar que o Reinaldo tem”, afirmou o ex-deputado em entrevista ao jornal.
Giroto vai se juntar aos bolsonaristas mais notórios, como Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, e aos vereadores Rafael Tavares e André Salineiro, na campanha eleitoral de 2026. Com a filiação, ele desiste do projeto de se afastar da política e só dedicar a agricultura, como chegou a revelar em entrevistas.
Calcanhar de Aquiles
A Operação Lama Asfáltica é o grande calcanhar de Aquiles de Giroto. Ele foi preso pela Polícia Federal e chegou a ser condenado duas vezes pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande.
A primeira sentença foi de nove anos, dez meses e três dias por ocultar R$ 7,6 milhões na compra de uma fazenda em Rio Verde do Mato Grosso. A segunda pena foi de sete anos e meio por ocultação de R$ 5,1 milhões em outra fazenda.
O ex-deputado chegou a ficar quase dois anos preso no Centro de Triagem Anízio Lima até obter habeas corpus no início de 2020. No entanto, a grande vitória veio com a suspeição do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, que teve todas as decisões anuladas por suspeição pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Giroto ainda é réu em ações penais e por improbidade nas justiças federal e estadual. No entanto, as últimas sentenças o absolveram das acusações e serviram de mote pela volta à política em busca da redenção completa.
Ao longo da carreira, apesar das graves acusações, o ex-deputado sempre manteve a postura. Ele sempre negou as acusações de corrupção, de lavagem de dinheiro e fraude nas licitações. Sobre a ocultação de R$ 2,8 milhões na construção da casa cinematográfica no Damha, ele assegurava que tinha notas fiscais de todos os gastos e teria como provar a origem.