A ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, celebrou a manifestação contra a PEC da Blindagem, que levou milhares de brasileiros às ruas neste domingo (21). “O grito era contra a impunidade. Que as leis penais não deem lugar à PEC da Ficha Suja, da blindagem ou da bandidagem”, afirmou a ex-senadora, sobre a decisão da Câmara dos Deputados.
“A bandeira de hoje tinha as nossas cores”, afirmou a ministra nas redes sociais, com a bandeira do Brasil estendida pela multidão na Avenida Paulista, em São Paulo. O gesto foi contraponto ao ato realizado pelos bolsonaristas no dia 7 de setembro, quando estenderam uma bandeira gigante dos Estados Unidos.
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“Suspeitos são investigados. Condenados cumprem a pena devida, sejam políticos ou não. Em todo o Brasil, o ar foi de soberania popular e de democracia”, destacou Simone, manifestando-se contra a extensão da imunidade parlamentar para corruptos e criminosos.
Pela PEC da Blindagem, aprovada com os votos dos deputados Beto Pereira e Dagoberto Nogueira, do PSDB, Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, deputados e senadores que cometerem crimes e desviarem dinheiro público só poderão ser investigados e presos com aval do próprio Congresso.
A manifestação de Simone foi festejada pelos seus seguidores. “Imensamente grata Ministra por seu posicionamento em defesa da nossa Democracia que está sendo ameaçada de forma audaciosa e perigosa pela Câmara dos Deputados!! Após 40 anos precisamos retornar às ruas”, comentou uma.
“Nossa bandeira é verde-amarela , Brasil dos Brasileiros!!”, comentou outra, “Os verdadeiros patriotas deram um show”, destacou outro, numa cutucada aos bolsonaristas que passaram a usar a bandeira americana.
Ninguém acima da lei
“Votamos CONTRA a PEC da Blindagem, tentativa absurda de colocar congressistas acima da lei. Não podemos aceitar privilégios ilegítimos, afinal, todos devem responder igualmente perante a justiça. Meu compromisso é com a cidadania, a moralidade e a democracia”, afirmou o deputado federal Vander Loubet (PT), que votou contra a PEC da Blindagem.
“Votei contra à PEC das Prerrogativas, porque o Parlamento deve ser sinônimo de transparência e responsabilidade com a sociedade. Não é razoável abrir brechas para a impunidade e o enfraquecimento das instituições. Todos são iguais perante a lei”, reforçou Geraldo Resende (PSDB), outro contrário a criação de uma categoria de privilegiados.
A blindagem vigorou até 2001 e foi extinta após mobilização da sociedade diante dos absurdos do Congresso Nacional, que impediu a prisão e investigação de assassinos, traficantes e corruptos. O caso mais notório, acredite, foi de Hidelbrando Paschoal, que esquartejava os adversários com motosserra.