Relator da PEC da Blindagem no Senado, o senador Alessandro Vieira (MDB), do Sergipe, detonou os parlamentares que votaram a favor da PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados. “Só existem dois tipos de parlamentares que votam favoravelmente a esse tipo de proposta: aqueles que querem defender bandido e aqueles que não sabem o que estão votando”, acusou.
Da bancada federal de Mato Grosso do Sul, a proposta absurda teve os votos favoráveis dos deputados Beto Pereira e Dagoberto Nogueira, do PSDB, Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL.
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Em entrevista à CNN, Vieira garantiu que já existem 51 senadores contra a PEC da Blindagem, aprovada para proteger criminosos e corruptos. Dos três senadores do Estado, Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) já anunciaram que votaram contra a “PEC da Bandidagem”, como foi chamada nos protestos de domingo (21).
A senadora Tereza Cristina (PP) ainda não se manifestou sobre a proposta. Ela faz parte do Progressistas, presidido pelo senador Ciro Nogueira, que foi citado como beneficiário de suposta propina do PCC na semana passada.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senador Otto Alencar (PSD), da Bahia, também não economizou adjetivos para detonar a PEC. Na sua opinião, a proposta torna o Congresso Nacional como “bunker” para as facções criminosas, como PCC e Comando Vermelho.
A Câmara dos Deputados até hoje não cassou o mandato de Chiquinho Brazão, preso pelo assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. No passado, quando existia a blindagem, os deputados negaram a prisão e investigações contra assassinos, traficantes, corruptos e até bandido que esquartejava os inimigos com motosserra.
O relator destacou que votar uma emenda à Constituição sem pleno conhecimento de seu conteúdo representa uma “profunda irresponsabilidade”. Com a forte oposição manifestada no Senado, a expectativa é de que a PEC seja derrotada com ampla margem de votos. O posicionamento do Senado representa uma mudança significativa em relação ao tratamento dado à proposta na Câmara dos Deputados, onde o texto foi aprovado.